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Sudão: Reino Unido e EUA anunciam retirada de pessoal diplomático

O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, anunciou este domingo a retirada do pessoal diplomático do Reino Unido e seus familiares do Sudão. Segundo a BBC e a Bloomberg os militares do Reino Unido e dos EUA estão a conseguir transportar os seus diplomatas

MOHAMED NURELDIN ABDALLAH/Reuters

"As forças armadas britânicas procederam a uma operação de retirada complexa e rápida do Sudão de diplomatas britânicos e das suas famílias, num contexto de escalada da violência e de ameaças ao pessoal da embaixada", escreveu Rishi Sunak no Twitter.

"Continuamos a procurar soluções para pôr fim ao banho de sangue no Sudão e garantir a segurança dos cidadãos britânicos que ficaram no país", acrescentou.

O ministro da Defesa britânico, Ben Wallace, precisou que o Reino Unido realizou esta operação "ao lado dos Estados Unidos, da França e de outros aliados", o que envolveu "mais de 1.200 pessoas" das forças armadas britânicas.

Esta operação de Londres foi divulgada depois de a França e outros países terem anunciado este domingo a retirada dos seus cidadãos.

O presidente norte-americano, Joe Biden, também afirmou que as forças armadas conduziram "uma operação para retirar de Cartum o pessoal da administração" dos Estados Unidos.

Segundo a BBC, "alguns cidadãos do Reino Unido em Cartum disseram que se sentiram abandonados pelo governo do Reino Unido, e uma mulher disse que não recebeu "muita informação" sobre possíveis planos de evacuação.

A BBC refere ainda que o secretário de Relações Exteriores, James Cleverly, disse que a capacidade do governo de evacuar outros cidadãos britânicos foi "severamente limitada" até que os combates entre as partes em guerra parassem.

Ainda segundo a BBC “os tiroteios e bombardeios quase constantes em Cartum e em outros lugares cortaram a eletricidade e o acesso seguro a comida e água para grande parte da população”.

E adianta ainda que foi criada “uma linha direta para aqueles que precisam de ajuda urgente” e que “os cidadãos do Reino Unido no Sudão estão a ser instados a informar o Ministério das Relações Exteriores onde estão, caso mais ajuda esteja disponível”.

Também a Bloomberg, refere este domingo que “os esforços de muitos países para evacuar funcionários consulares e outros cidadãos do Sudão ganharam força no fim de semana, mas continuam a ser prejudicados pelo nono dia de combates generalizados”.

A agência noticiosa diz ainda que “os militares do Reino Unido e dos EUA conseguiram transportar os seus diplomatas por via aérea para um local seguro”, embora “outros países aguardassem ainda acesso ao aeroporto na capital Cartum enquanto a guerra continuava sem parar”.

O Sudão entrou na segunda semana de violentos combates. O conflito opõe forças do general Abdel Fattah al-Burhane, líder de facto do país desde o golpe de 2021, e um seu ex-adjunto que se tornou um rival, o general Mohamed Hamdane Daglo, que comanda as Forças de Apoio Rápido.

O balanço provisório dos confrontos indica que há mais de 420 mortos e 3.700 feridos, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).