Os bebés que nascerem até 2039, ou seja, nos próximos 14 anos, vão fazer parte da Geração Beta. Estas crianças vão crescer no mundo das novas tecnologias, dos robôs mais avançados e dos carros que conduzem sozinhos.
O demógrafo (que faz o estudo das populações) Mark McCrindle é conhecido por dar nome à Geração Alpha (nascidos a partir de 2010 e até 2024) e à Beta, que surge este ano. A sua investigação baseia-se no impacto que a história, a sociedade e a tecnologia têm nas gerações futuras.
Filhos da Inteligência Artificial
A seguir a Alpha, Beta é a segunda letra do alfabeto grego. A escolha do nome justifica-se pela força da tecnologia nesta geração, em que o real e o digital se misturam num só.
A Geração Beta - filhos da Geração Y (Millennials) e da Geração Z (Centenials) - vai viver numa era em que a Inteligência Artificial estará totalmente incorporada no dia a dia e em que tudo será automático: na educação, nos locais de trabalho, na saúde e no entretenimento.
Estas pessoas vão estar sujeitas a tantas mudanças, incluindo as climáticas, que terão de pensar com grande rapidez para encontrar soluções à altura de problemas que ainda nem sabem quais são! Além disso, muitos dos novos “betas” vão viver até ao século 22 (com 75 anos, se nascerem em 2025).
Recuando a um passado próximo: a Geração Alpha
Se para a Geração Beta, os mundos físico e digital estão perfeitamente integrados, a Geração Alpha - nascidos nos últimos 14 anos - acompanhou a evolução das tecnologias avançadas e da Inteligência Artificial.
Os “alphas” são nativos digitais, com acesso imediato a dispositivos como smartphones, tablets e assistentes virtuais, o que molda a sua maneira de aprender e interagir com o mundo, do qual estão muito próximos.
O australiano McCrindle alerta para os desafios que a Geração Alpha pode enfrentar: a sobrecarga de informações e o impacto na saúde mental, devido ao uso excessivo de tecnologia.
Ainda assim, também vê aqui vantagens, nomeadamente capacidades cognitivas mais desenvolvidas, novas formas de aprendizagem e uma maior inovação.
"No meu tempo..."
Certamente, já ouviste várias vezes os teus avós relembrarem situações do seu dia a dia ou brincadeiras que faziam e que são muito diferentes das de hoje. Parece que foi há muito tempo, mas nesta geração (Baby Boomers e Geração X) havia telefones fixos e as televisões ainda eram a preto e branco. Jogava-se na rua ao berlinde e ao pião.
Na geração dos teus pais (Millennials e Geração Y) surgiram os primeiros telemóveis, tiveram início as redes sociais (como o Hi5 e o Facebook) e começaram a ser feitas compras online. Os filmes eram alugados em videoclubes e as consolas de videojogos a grande atração.
Famílias de gerações: porquê?
A ideia de agrupar as pessoas por gerações teve início com sociólogos e cientistas sociais. Esta divisão ajuda a entender de que forma os eventos históricos, como guerras, crises económicas e avanços tecnológicos moldam as experiências e as atitudes das pessoas ao longo do tempo.
O conceito começou com filósofos e sociólogos como August Comte e Karl Mannheim. Tornou-se popular após a Segunda Guerra Mundial, especialmente com os Baby Boomers (numa altura em que muitas famílias tiveram bebés), e ganhou força com o marketing nos anos 1980 e 1990. Percebendo os gostos das pessoas, seria mais fácil ir ao seu encontro, com publicidade que as levasse a querer comprar.