“Mais de 80% dos refugiados têm um smarthphone. É una forma de comunicarem com a família e sentirem-se protegidos e seguros” e “pode ser também uma plataforma usada para desenvolver as suas competências” que ajudem a enfrentar uma nova vida, sublinha George Papandreou, num debate na Web Summit, sob o lema”Proteger os vulneráveis: Como a tecnologia pode ajudar os refugiados?”, no palco Future Societies. “A tecnologia é poder, mas a questão é quem está ao controlo desse poder”, questiona o ex-primeiro-ministro grego.
E sublinha, “refugiados estão muito vulneráveis. Se por um lado, a tecnologia lhes dá poder, também pode ser uma armadilha porque permite localizá-los”, alerta. Por isso, o ex-primeiro-ministro grego defende que é preciso ter muito cuidado com a proteção dos dados, para que estes não sejam usados contra os refugidos, já que podem no limite ser usados para lhes retirar a vida - o que lembra já houve casos em que aconteceu.
A privacidade é crítica para os refugiados”, sublinha Mike Walton, chefe do Digital Engagement do UNHCR.
Papandreou dá como exemplo positivo das tecnologias no apoio aos refugiados a Techfuggee - uma organização global que cria soluções de suporte à integração de refugiados e de colocação de pessoas na indústria tecnológica.
Papandreo é de uma família de refugiados, é uma questão que conhece por dentro, diz. “Também fui refugiado quando tinha 15 anos. O meu pai e o meu avô foram refugiados. Os refugiados fogem de situações terríveis: guerras, violência, alterações climáticas. Os Estados não os podem simplesmente expulsar. Os refugiados não são os responsáveis pelos problemas de desemprego que existem nos países que procuram. São seres humanos que é preciso respeitar. Não é fácil para eles. Olham para os refugiados como agentes de mudança”, defende.