Tudo brilha, entrada ampla e glamorosa, tetos altos a perder de vista, zonas de check-in espaçosas, recantos para descanso com sofás ergonómicos. A arquitetura é futurista e a dimensão é tal que é possível acreditar, por momentos, que há uma gigantesca nave espacial à nossa espera do lado de lá da porta de embarque — e é para uma outra galáxia que nos dirigimos. São compridos os corredores que nos levam ao avião, demoram longos minutos a percorrer. Não obstante, há pontos de contacto (mangas) para as centenas de aeronaves que ali passam diariamente, e uma há uma zona exclusiva para a companhia de bandeira, a Turkish Airlines. Não se veem autocarros pejados de passageiros a cruzar as pistas. Os táxis e carros não se atropelam à chegada, não há filas, nem buzinadelas. As vias de chegada são amplas. O caos não passa por aqui.
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Onde vai aterrar o novo aeroporto de Lisboa?
Se avançar, o novo aeroporto internacional será a maior obra pública desde a Ponte Vasco de Gama e porá um ponto final numa discussão que se arrasta desde o final dos anos 60. Os próximos meses serão decisivos: Alcochete, Santarém, Vendas Novas, Rio Frio, Poceirão e Montijo são as localizações em disputa, numa decisão que será sempre política. Mas o processo está longe de ser pacífico e, com ou sem remendos, o Humberto Delgado, um aeroporto de apenas uma pista, parece estar para durar. Este artigo fez parte da edição do Expresso de 10 de novembro e é republicado no dia em que o relatório da Comissão Técnica Independente sobre a localização da futura infraestrutura é revelado