O sindicato dos revisores e trabalhadores das bilheteiras diz que está a aguardar uma posição do Ministério das Finanças sobre as propostas que foram discutidas há uma semana numa reunião com a administração da CP e que poderiam pôr termo à greve convocada até 6 de agosto.
“As propostas estão do lado das Finanças”, disse ao Expresso Luís Bravo, presidente do Sindicato Ferroviário da Revisão e Comercial Itinerante (SFRCI). “No dia 13 foram-nos apresentadas propostas de resolução, nós demos o nosso aval mas apesar da aprovação da administração da CP e do Ministério das Infraestruturas, ainda aguardamos decisão do ministro das Finanças. As coisas continuam iguais”.
“Queremos acreditar que as propostas que nos fizeram são sérias e que as pessoas quando as apresentaram já as tinham discutido, mas estranhamos o tempo de concretização”, adiantou. “Estamos neste impasse, hoje há já muitos comboios suprimidos, amanhã começa um novo período de greve até 6 de agosto”.
Se não for desconvocada, a greve vai inviabilizar os comboios especiais e o aumento da oferta que a CP pretendia ter por causa da Jornada Mundial da Juventude, evento católico que trará o Papa Francisco e cerca de um milhão de jovens a Lisboa na primeira semana de agosto. Nessa semana haverá também greve ao serviço regular, o que fará reduzir a oferta habitual de comboios. Ou seja, não só não haverá comboios especiais como haverá menos comboios do que é habitual quando o serviço funciona sem falhas.
O SFRCI tem exigido a igualdade de tratamento salarial na CP, que diz ter sido posta em causa com o acordo assinado com os maquinistas, que levou ao fim das greves desta classe profissional.
O sindicato também quer condições que garantam a segurança na circulação dos comboios. Aqui está em causa a exigência de que todos os comboios, incluindo os que não têm passageiros e fazem deslocações para as oficinas, por exemplo, tenham dois trabalhadores, o maquinista e um agente de acompanhamento, papel desempenhado normalmente pelos revisores.
O Expresso contactou o Governo sobre o assunto mas não obteve respostas. Quanto à CP, confirmou que “ainda não foi possível chegar a um acordo, mas haverá uma nova reunião em breve. Estamos em processo de negociação e, por essa razão, não iremos divulgar mais detalhes neste momento”.
(Notícia atualizada às 18h com a resposta da CP)