A polémica em torno da localização do novo aeroporto rebentou na terça-feira com o ministro das Infraestrututras, João Galamba, a afirmar que Santarém é “longe” e que a probabilidade de ser escolhida é “muito baixa”. Esta quarta-feira na Comissão da Economia, no Parlamento, João Galamba desvalorizou a questão dizendo que estava a referir-se apenas a factos, e defendendo que a Comissão Técnica Independente (CTI) “não vai escolher nenhuma localização”, vai apenas “avaliar e apresentar vantagens e desvantagens”. A escolha, salientou, “é política”.
João Galamba defendeu que não inviabilizou Santarém, mas afirmou que não há muitas cidades com aeroportos a 80 quilómetros. “Eu não inviabilizei Santarém, mas não há muitas cidades, ou não há mesmo nenhuma cidade, com um aeroporto a 80 quilómetros”, frisou.
E admitiu que esta localização pode ser valorizada por outros critérios, mas a distância será sempre “um desafio”. “A minha declaração é factual, e não constitui qualquer condicionamento”, frisou João Galamba, em resposta ao Chega. “A conclusão de que 80 quilómetros não é perto não é uma opinião, é facto”, acrescentou.
Já sobre os constrangimentos do Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, o governante afirmou que está a ser feito trabalho. “O governo conhece bem os constrangimentos do Aeroporto Humberto Delgado e está a procurar minimizá-los”, frisou. E adiantou que está a falar com as Forças Armadas para libertar espaço em Figo Maduro. “Há um diáogo que tem de ser produtivo. É um puzzle complicado e estamos a trabalhar em todas essas áreas”, adiantou.
João Galamba esclareceu ainda que o Governo está a terminar a avaliação das propostas que a ANA apresentou para as melhorias operacionais do aeroporto de Lisboa e garantiu o compromisso com soluções para atenuar dificuldades no verão.
“Sabemos que há problemas a resolver e estamos empenhados nas soluções. Considerando a época de verão que agora começa, a ANAC [Autoridade Nacional da Aviação Civil] está a trabalhar com os stakeholders de forma a acautelar todas as ações possíveis para garantir o melhoramento operacional do Aeroporto Humberto Delgado no que respeita ao tráfego aéreo e de movimentos, mas também aos passageiros”, sublinhou, citado pela Lusa.
O governante revelou ainda que o executivo está “a terminar a avaliação das propostas” que a ANA - Aeroportos de Portugal apresentou, na sequência da notificação para apresentar o Plano de Investimentos para as melhorias operacionais em Lisboa.
“Este é um desafio complexo. Sabemos que o Aeroporto Humberto Delgado funciona no limite da sua capacidade. E também por isso qualquer intervenção terá de ser cautelosamente pensada, minimizando impactos e problemas operacionais”, salientou.
Garantiu ainda, citado pela Lusa, que o Governo está a trabalhar para que “a ANA cumpra as suas obrigações de investimento com a maior brevidade”, de modo a que o Aeroporto Humberto Delgado dê resposta à procura até que a futura solução aeroportuária esteja definida.