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Transportes

Siza Vieira rejeita responsabilidade direta sobre a TAP, mas defende €55 milhões pagos a David Neeleman

Pedro Siza Vieira assinou o diploma que permitiu ao Estado pagar a Neeleman para sair da TAP, mas defende que João Leão e Pedro Nuno Santos é que davam as informações. Governo tinha convicção de que não tinha de pagar indemnização a Neeleman, mas temeu tribunais

NUNO FOX

“Pelo Primeiro-Ministro, Pedro Gramaxo de Carvalho Siza Vieira, Ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital”.

Na ausência de António Costa, foi o seu número dois, Siza Vieira, que, a 16 de julho de 2020, aprovou o pagamento de 55 milhões de euros a David Neeleman para que este abandonasse a TAP, assinando o Decreto-Lei n.º 39-B/2020.

Três anos depois, nas respostas por escrito que deu à Comissão Parlamentar de Inquérito à TAP, e a que o Expresso teve acesso, o antigo ministro da Economia refere que não tinha qualquer competência específica sobre a TAP, e, embora defenda a decisão, diz que ela foi tomada com base em informação transmitida aos restantes ministros pelo ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, e pelo ministro das Finanças, João Leão, e ainda pelo secretário de Estado do Tesouro, Miguel Cruz.

Siza Vieira é mais um ex-governante a referir que o montante pago resultou da negociação dos advogados, não tendo acesso a qualquer fórmula que permita calculá-lo, mas adianta que não sabe se houve pareceres jurídicos, nem se foram feitas avaliações financeiras.