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Transportes

Fernando Pinto aconselha o Governo a não vender TAP a fundos e a assegurar centro da operação em Lisboa

Recusou pertencer à administração depois de 2018, mas a TAP e os acionistas quiseram mantê-lo por perto para não ir para a concorrência. A companhia pagou-lhe 1,6 milhões, mas conselhos foram sempre orais, não há deles registo. À Comissão de Inquérito, Fernando Pinto quis afastar qualquer problema sobre o negócio da Airbus e Neeleman e até diz que a TAP ainda dele beneficia

TIAGO PETINGA

Nunca foi pedido a Fernando Pinto que desse pareceres por escrito à TAP nos dois anos em que foi seu assessor, entre 2018 e 2020; foram sempre conselhos orais, em reuniões ou a pedido de administradores. Recebeu, por isso, 1,6 milhões de euros, o mesmo que auferia como presidente da operadora; mas Pinto defende que era do interesse da TAP mantê-lo longe da concorrência. Disse-o, agora sim por escrito, nas respostas que deu aos deputados da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) à TAP.

Fernando Pinto defende que esta prestação de assessoria não é inédita e é até normal – e justifica a sua confidencialidade com a prática comum. Insiste que não trabalhou antes da privatização com Neeleman e Pedrosa, mas assume que é sua a autoria para convidar o americano para a privatização de 2015.

Nas respostas, Pinto elogia Alexandra Reis, que convidou para diretora de compras na TAP em 2017, mas admite que era “percecionada como conflituosa”.