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As sete horas de Hugo Mendes: os elogios a Frederico, as duas considerações sobre António Costa e os erros (os seus e dos outros)

Era um dos nomes mais falados desde o início da Comissão de Inquérito à TAP e, na sua tensa audição (sobretudo com o PSD), Hugo Santos Mendes admitiu que era “razoável” a indemnização de meio milhão a Alexandra Reis. Assumiu o erro por não a ter comunicado às Finanças, mas essa é uma falha que nem Medina, nem Galamba lhe apontaram - atiraram, sim, aos ex-presidentes da TAP

TIAGO MIRANDA

Veio com uma mochila, e trouxe centenas de páginas, mas Hugo Santos Mendes, ex-secretário de Estado das Infraestruturas, entrou na sala 6 do Parlamento para a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) à TAP à procura de local para carregar o seu computador. Bem precisava para as sete horas de audição, porque era aí que ia apontando as perguntas feitas pelos deputados e procurando alguma da documentação para se defender.

Gastou 45 minutos na intervenção inicial, em que tentou explicar muitos dos temas sobre os quais tem sido atacado, desde a alteração de voo para agradar a Marcelo, ou o aviso à TAP de que era ele “a porta de entrada” do Governo. O secretário de Estado das Infraestruturas entre 2019 e 2022 admitiu erros, mas praticamente sempre com um acrescento. E, tal como Pedro Nuno fizera há uma semana na comissão parlamentar de Economia, também se vangloriou pelo trabalho que deixou feito, incluindo ter contribuído para evitar a falência da TAP.

Não foi só em sua defesa que Hugo Santos Mendes esteve durante sete horas perante os deputados; também os advertiu de que estavam a apostar em teorias “fantasiosas” – e sobre tais considerações negativas até recebeu advertências dos deputados.

Os elogios ao agora também ex-adjunto Frederico Pinheiro (em diferendo com João Galamba) marcaram uma audição em que o presidente da TAP, Manuel Beja, foi alvo de críticas. Também a oposição foi atacada – e aí até utilizou um político já fora do ativo, Rui Rio.

A António Costa, Hugo Mendes não quis deixar palavras (mas mostrou-se irritado com o que lhe foi dito). Remeteu para o “amigo” Pedro Nuno Santos algumas das questões a si colocadas – uma sessão que está agendada para esta quinta-feira.