A comissão parlamentar de inquérito (CPI) à TAP vai voltar ao tema… TAP. Depois de audições que se centraram nos desacatos do Ministério das Infraestruturas a 26 de abril, a sessão da semana passada da CPI, com a chefe de gabinete de Pedro Nuno Santos, Maria Araújo, já tinha voltado ao assunto inicial dos trabalhos da comissão. Mas esta semana, com quatro audições a governantes e ex-governantes, as relações entre Finanças e Infraestruturas voltam a ser fundamentais. E é assim que deverá continuar até ao fim.
João Nuno Mendes, a ser ouvido na sexta-feira, é o secretário de Estado das Finanças em funções e é aquele que não só trabalhou com Fernando Medina como com João Leão, e antes disso coordenou um grupo de trabalho sobre a ajuda de emergência em plena pandemia. Se pode falar de como eram e são as relações dos governantes com Pedro Nuno Santos e João Galamba nas Infraestruturas, não é o único: Miguel Cruz também o poderá fazer, pelo menos no que diz respeito ao mandato de João Leão. Só que Miguel Cruz terá também sobre si a origem da comissão de inquérito: estava em funções aquando da saída de Alexandra Reis da administração da TAP, em fevereiro de 2022.
Mas o passado da TAP não se fica por aí, porque houve uma privatização em 2015, que Sérgio Monteiro, como secretário de Estado das Infraestruturas, conduziu, e uma reversão por parte do Governo que se seguiu, aí com Pedro Marques como ministro da pasta. E haverá dose dupla de Pedro Marques, porque antes de ir à comissão de inquérito também vai falar à comissão de Economia sobre esse tema - o PSD quis desistir dessas audições, mas o PS não deixou. Uma duplicação que fará com que Pedro Nuno Santos, antes de ir à CPI a 15 de junho, vá à comissão de economia no dia 6.