Sistema financeiro

Lucros do Crédito Agrícola disparam para €438 milhões em 2024

Os resultados consolidados do grupo Crédito Agrícola subiram 47,4% de 2023 para 2024, ascendendo a 438, 2 milhões de euros. O negócio bancário do grupo ascendeu a 392 milhões de euros, mais 36,2% do que em 2023

O grupo Crédito Agrícola fechou 2024 com um aumento de lucros significativo, mais 47,4% do que em 2023 para 438,2 milhões de euros.

Em comunicado, Licínio Pina, presidente executivo do grupo, sublinha que em 2024 o grupo ultrapassou "os 400 milhões de euros, registando o melhor desempenho de sempre e uma rentabilidade dos capitais próprios (indicador que reflete a capacidade de remunerar o acionista) acima de 16%".

Os lucros globais ascenderam a 438,2 milhões, com o negócio bancário a contribuir com 392 milhões de euros (maior área do grupo) e as seguradoras CA Vida e CA Seguros a contribuírem com 26,1 milhões de euros, o que traduziu um aumento de 80,4% desta área de negócio face a 2023, quando o lucro deste segmento da atividade tinha ascendido a 14,4 milhões de euros.

Face aos impostos sobre os lucros (correntes e diferidos) e contribuições obrigatórias, o grupo pagou "160 milhões de euros, correspondente a um aumento de 20,2% face a 2023".

Em comunicado, o grupo destaca ainda o crescimento de 6,5% do produto bancário para 1,06 mil milhões de euros, o que foi possível devido ao crescimento de 4,5% da margem financeira (diferença entre juros pagos nos depósitos e cobrados nos créditos), para 783 milhões de euros em 2024. O crescimento dos resultados nos contratos de seguros de 25 milhões de euros (+27,6% face a 2023), também ajudou à subida do produto bancário. Por outro lado, os custos de estrutura subiram 8,9% para 458,7 milhões de euros. Durante 2024, "as imparidades e provisões do exercício foram reforçadas em 1,5 milhões de euros, o que compara com um reforço líquido de 129,1 milhões de euros em 2023", explica o grupo, sublinhando que "as provisões do exercício verificaram um reforço líquido de 10,5 milhões de euros em 2024, que compara com um reforço líquido de 15,8 milhões de euros em 2023 (uma variação homóloga positiva de 5,3 milhões de euros)".

E adianta que ainda no "exercício de 2024, se verificou uma reversão líquida de imparidades de crédito no montante de 24,8 milhões de euros (decomposta entre a constituição de imparidades de crédito no valor de 21,7 milhões de euros, a reversão líquida por alienação de créditos on-balance e off-balance no valor de 23,2 milhões de euros, e a recuperação de capital e juros vencidos no valor de 23,2 milhões de euros), representando uma evolução positiva de 118,2 milhões de euros em comparação com o reforço de 93,3 milhões de euros registado em 2023".

Crédito e depósitos crescem

O ativo total do Grupo Crédito Agrícola ascendeu a 27,3 mil milhões de euros, mais 7,9% do que em 2023. Deste total, "cerca de 12.742 milhões de euros correspondem à carteira de crédito (bruto) a clientes, valor que apresentou um acréscimo de 5,7% face a dezembro de 2023, um crescimento superior ao verificado no sector", diz o grupo liderado por Licínio Pina. "Neste acréscimo está incorporada a evolução positiva verificada no segmento de crédito habitação no valor de 30,1 milhões de euros (ou +0,9%) face a 2023". Embora tenha sido no crédito a empresas e administração pública que se verificou o maior crescimento: 10,2% para 7,8 mil milhões de euros, o segmento mais significativo para o grupo. O crédito ao consumo caiu 5% para 1,37 mil milhões de euros em 2024.

Os depósitos ascenderam a 22,01 mil milhões de euros, mais 10,1% face a 2023 4 os recursos sob a forma de seguros de capitalização e fundos de investimento cresceram 4,2% para 2,25 mil milhões de euros.

Licínio Pina afirma em comunicado que "o crescimento orgânico na concessão de crédito e na subscrição de seguros, sem descurar o risco, e na subscrição responsável de soluções de investimento por parte de famílias e empresas, contribuíram significativamente para este notável marco".

O rácio de capital CET1 (que traduz a relação entre os fundos próprios principais de nível 1 de um banco e os seus ativos ponderados pelo risco) e Fundos Próprios Totais situavam-se nos 24% (incluindo o resultado líquido do exercício). O que traduz uma melhoria de 1,7 pontos percentuais face a 2023.