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Sistema financeiro

“Ó sotor, tenha calma”: a inquirição com picos de tensão em que o antigo líder garantiu que a KPMG “fez tudo o que podia” no BES

“Com toda a sinceridade, julgo que fizemos tudo o que podia ser feito com o mandato que nós tínhamos”, afirmou Sikander Sattar em mais uma sessão de julgamento - em que recuou a uma comissão de inquérito de 2008 para relembrar que desde aí defende que os paraísos fiscais deviam acabar

Sikander Sattar
nuno botelho

“Dr. Sikander, almoçou bem?”. A resposta à pergunta da juíza do caso BES, Helena Susano, foi positiva. O almoço até deu para Sikander Sattar, histórico líder da KPMG Portugal mas já saído do cargo, recuperar a voz, depois de uma manhã inteira a falar. “Enquanto se for a voz e não for a paciência …”, brincou a juíza, no início da sessão de julgamento da tarde desta terça-feira, 11 de novembro.

A voz de Sikander Sattar não se perdeu, muito respondeu para garantir que a KPMG fez tudo o que podia, mas a paciência do auditor, hoje reformado e a refletir sobre o futuro, não esteve sempre nos píncaros na sala no Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa.