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Sistema financeiro

“Alguém do Banco de Portugal devia estar aqui sentado”: supervisor não está no julgamento do BES, mas há quem o queira lá

Um lesado gritou na semana passada para Ricardo Salgado, mas o Banco de Portugal era um dos focos da sua revolta. A autoridade bancária, pelo papel que teve na resolução do BES e pela falta de respostas que dá aos lesados, foi uma ausente presente na primeira semana de julgamento

Carlos Costa foi governador do Banco de Portugal entre 2010 e 2020

“Entendo que o Banco de Portugal nunca quis destruir o Banco Espírito Santo (BES), muito pelo contrário, e se pudesse ter evitado a resolução, tinha-a evitado, seguramente”. “Eu sou testemunha de que o Banco de Portugal fez tudo o que lhe era possível para que isso não se passasse”. As declarações foram feitas há quase uma década por José Maria Ricciardi, numa audição parlamentar que durou cerca de seis horas e que terminou já passava da 1h da manhã do dia seguinte.

A audição de Ricciardi ocorreu depois de uma longa audição de 10 horas de Ricardo Salgado. José Maria Ricciardi fez questão de ser ouvido na Comissão Parlamentar de Inquérito à Gestão do BES e do GES no mesmo dia do primo, a 9 de dezembro de 2014. Foi duro com Salgado, mas brando com o supervisor.