Ricardo Salgado era, e é, o principal rosto do Grupo Espírito Santo e é também a personalidade mais presente nas investigações que o Ministério Público levou a cabo na última década. Mas está longe de ser o único: representa 20% dos crimes imputados aos cerca de 30 acusados nos sete processos centrais relativos a este universo empresarial (nenhum dos seis que envolve o antigo banqueiro tem já julgamento iniciado).
Nos crimes que os procuradores e investigadores detetaram, houve vantagens de 18 mil milhões de euros, pouco abaixo ao valor da economia de Malta em 2023.
Os números são retirados de um documento que o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) publicou no início desta semana, mais de dez anos depois da derrocada do Banco Espírito Santo. Ali, não indica as palavras “vítimas” ou “lesados”, como se queixou a direção da ABESD – Associação de Defesa dos Clientes Bancários um dia depois de o balanço ser divulgado.