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Sistema financeiro

Argentina e Zimbabué cortam drasticamente os juros em abril, mas BCE e maioria dos bancos centrais mantêm taxas congeladas

A Argentina, de Javier Milei, desceu os juros duas vezes em abril e o Zimbabué lançou uma nova moeda e cortou a taxa diretora de 130% para 20%. BCE e mais 22 bancos centrais decidiram manter tudo na mesma, mas a equipa de Christine Lagarde admite cortar juros em junho, enquanto os mercados apontam para um recuo na Reserva Federal e no Banco de Inglaterra

Tomas Cuesta

A esmagadora maioria dos bancos centrais continua a não mexer nos juros. Em 35 reuniões realizadas em abril, 23 autoridades monetárias decidiram manter as taxas diretoras inalteradas, adiando, uma vez mais, cortes nos juros. Apenas dois bancos centrais optaram por subir juros (Uganda e Indonésia) e dez cortaram nas taxas, sobretudo na América Latina. As surpresas de abril vieram de Buenos Aires, com o banco central argentino a reduzir os juros duas vezes seguidas no mês, e de Harare, onde o Banco da Reserva do Zimbabué deitou fora o seu dólar e decidiu criar uma nova moeda (o ZIG - Zimbabwe Gold) garantida por ouro e reduzir drasticamente os juros, de 130% para 20%.