Foi uma semana cheia no mundo dos bancos centrais. Mais de duas dezenas de instituições tomaram decisões, sendo que 11 votaram não mexer nos juros, oito optaram por cortar as taxas e apenas três apertaram a política monetária por razões específicas. Para março estavam agendadas 48 reuniões de bancos centrais e, nesta penúltima semana do mês, realizaram-se 21. Com exceção do Banco Central Europeu (BCE), realizaram-se reuniões dos mais importantes bancos do mundo, da China e do Japão aos Estados Unidos, Reino Unido e Brasil.
A maioria dos bancos centrais continua a não arriscar cortar nos juros face à incerteza sobre a trajetória da inflação, condicionada pela geopolítica e o seu impacto na inflação importada, pela resistência da subida de preços nos serviços e na alimentação e pelo comportamento dos salários e dos lucros.
A semana ficou marcada pelo fim dos juros negativos no Japão, acabando com essa ‘anomalia’ à escala mundial, por uma decisão inesperada na Suíça de cortar a taxa diretora para 1,5%, a terceira mais baixa do mundo, e por uma frase surpresa de Christine Lagarde numa conferência em Frankfurt avisando que o Banco Central Europeu (BCE), mesmo depois de uma primeira redução dos juros, não se compromete com o que vai fazer a seguir. O Banco Nacional da Suíça é o primeiro banco central nas economias desenvolvidas a inaugurar um corte de juros.