Sistema financeiro

Vinte e cinco empresas vão simular se vale a pena pedir dinheiro a investidores

Ver como são as interações com a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, o que é preciso para emitir obrigações, como colocar em capital em ações: é o que as sociedades vão testar num programa

Antonio Pedro Ferreira

Houve 25 empresas candidatas a integrar o programa que visa simular e testar a ida para a bolsa, para passar a ser detida por outros investidores, para pedir financiamento junto de agentes de mercado ou para interagir com o próprio regulador do mercado de capitais. O balanço foi transmitido por Luís Laginha de Sousa, presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), num encontro com jornalistas esta quarta-feira, 7 de fevereiro.

Os resultados deste programa, designado de sandbox Market4Growth, “são positivos”, tendo em conta este “número de empresas que se inscreveram e que cumprem os critérios para integrar o sandbox”, segundo Laginha de Sousa respondeu aos jornalistas. Este programa foi lançado no ano passado, tendo a primeira fase terminado em janeiro passado, com a entrega das candidaturas. Havia critérios mínimos a cumprir e estas 25 empresas são as que os cumpriram.

Não foram identificadas as empresas, nem os sectores a que pertencem, nem as proveniências (podiam ser empresas portuguesas ou estrangeiras). As empresas têm, garantiu o administrador da CMVM Juliano Ferreira, “diferentes perspetivas do que pretendem testar”. Será desenhado um plano individualizado de cada empresa, explicou, consoante o que querem testar: se é testar a ida para o mercado, elaborar um prospeto, interagir com a própria CMVM.

“Estamos na fase de solicitar a essas empresas informação complementar, mas aquilo que recebemos permite perceber que o leque de interesses é muito variado, e dentro do que foi o universo de empresas que manifestam interesse apontam para que exista um preenchimento das várias portas de entrada”, continuou Luís Laginha de Sousa do regulador do mercado de capitais.

Na iniciativa, há 30 parceiros da CMVM (consultores, advogados, etc.) que vão acompanhar cada empresa consoante os objetivos delineados, e que serão agora distribuídos pelas empresas e pelas dúvidas que querem ver respondidas.

A ideia é que a fase de implementação ocorra “ao longo de 2024”, segundo Juliano Ferreira. Quando foi anunciada, a ideia é que nesta fase haja “a simulação do processo de financiamento ou de acesso ao mercado, na qual as empresas vão ter a oportunidade de estruturar os documentos preparatórios (como prospetos ou relatórios de sustentabilidade), estruturar um roadshow e simular a apresentação da empresa a potenciais investidores e analistas”.

A criação deste programa fazia parte dos objetivos da CMVM para 2023, e, “tendo em conta a experiência acumulada desde o lançamento”, o seu desenvolvimento faz parte dos objetivos definidos para 2024. Embora as inscrições já tenham terminado, Juliano Ferreira admitiu que se houver “novas empresas” interessadas, “e se houver capacidade dos parceiros de acompanhar”, elas podem integrar o programa.