Os presidentes dos bancos CGD e do BCP elogiaram hoje a redução da dívida pública e defenderam que agora é importante que continue o caminho de sustentabilidade do endividamento.
“A redução da dívida pública não pode ser minimizada, os economistas não podem dizer num momento que há um elefante na sala e no outro que não foi nada de especial”, afirmou o presidente da Caixa Geral de Depósitos (CGD), Paulo Macedo, num debate no Fórum Banca, organizado esta quinta-feira, 1 de fevereiro, pelo Jornal Económico em Lisboa.
No mesmo sentido, o presidente do Millennium BCP, Miguel Maya, disse que a “maior vitória nos últimos anos foi as contas públicas equilibradas e a sustentabilidade da dívida pública”, considerando-a “importantíssima para o futuro”.
Para o gestor, agora é fundamental manter a sustentabilidade da dívida. “Todos nós temos a responsabilidade futura de não permitir o desgoverno nessa matéria”, afirmou.
O Banco de Portugal divulgou hoje que o rácio da dívida pública caiu abaixo dos 100% do PIB em 2023, fixando-se em 98,7%, o valor mais baixo desde 2009.
Ânimo na economia
Sobre a evolução da economia, Macedo afirmou que a perspetiva é de redução do crescimento, a que não são alheios fatores externos (desde logo tensões geopolíticas guerras), mas também a incerteza política interna, acrescentando que, porém, as perspetivas de redução de inflação e das taxas de juro estão a dar ânimo aos agentes económicos.
Para Maya, há a “obrigação de ser otimistas”, mas também é fundamental que o país passe a conseguir atrair “empresas competitivas capazes de pagar bons salários”, pois - considerou - não são os incentivos fiscais o que retêm os trabalhadores mais qualificados.
Outros banqueiros insatisfeitos
O presidente do BPI, João Pedro Oliveira e Costa, disse que o conseguido não o satisfaz, que Portugal precisa de “ter ambição, de ir mais longe”.
O líder do Santander Totta, Pedro Castro e Almeida, considerou que ter contas certas é “o mínimo”, é “como ter o terreno limpo” e que “é preciso que seja semeada alguma coisa”, pois o país precisa de crescimento.
Por fim, o presidente do Crédito Agrícola, Licínio Pina, defendeu que para fixar pessoas é necessário políticas de modernização das empresas para melhorar a produtividade e, logo, os salários, considerando que, quando as empresas precisam de trabalhadores diferenciados, como engenheiros de dados, estão disponíveis para pagar.