Numa nota da Standard & Poor's Global sobre a redução de quase 10% da participação da Fosun no BCP, esta quinta-feira, a agência de 'rating' diz que o desinvestimento do grupo chinês "não afeta a solvabilidade do BCP" e que esta operação é vista "como amplamente neutra para o BCP".
A S&P considera que esta diminuição da Fosun - 5,6% na segunda-feira e 4,3% nas semanas anteriores - "parece ser uma oportunidade para o conglomerado chinês realizar alguns ganhos de capital e apoiar o seu perfil de liquidez".
A Fosun encaixou 235,19 milhões de euros na venda de 5,6% do capital do BCP. Em novembro de 2016 por 16,7% pagou 174,6 milhões de euros. Uma mais-valia significativa, não se sabendo quanto encaixou pelos 4,3%.
A S&P constata ainda que o anúncio da operação na segunda-feira, dia 22 de janeiro, colocou "pressão de curto prazo sobre o preço das ações do BCP", mas considera que isso “não representa um risco para a boa qualidade de crédito” do banco.
A Fosun tinha 29,95% e fica agora com uma participação de 20,05%, acima da posição da Sonangol que é de 19,49%, prometendo publicamente não ter intenção de baixar aquele patamar.
A S&P espera que a estrutura acionista do BCP “permaneça estável após esta transação” ao nível dos dois acionistas de referência. E espera que a Fosun, tendo reduzido a posição, reduza também a sua representação de três administradores para dois no conselho da administração, correspondendo à representação da petrolífera angolana, Sonangol.
A agência de 'rating' sublinha que a "solvabilidade do BCP fortaleceu-se gradualmente ao longo dos últimos seis anos", recordando o facto de "ter elevado as classificações do banco em setembro de 2023 para grau de investiment-grade (BBB-), refletindo a sua capitalização fortalecida e saudável retorna".
Na mesma nota, a S&P espera que "o rácio de capital ajustado ao risco do BCP se situe entre 8,4% e 8,7% até ao final de 2025", e que este seja sustentado por "um sólido retorno sobre o capital próprio entre 12% e 14% ao longo dos próximos dois anos", assim como espera que o custo sobre o rendimento ('cost-to-income') se situe entre os 35% e os 40%.
Recorde-se que terça-feira o BCP derrapou 6,75% mas na quarta-feira, dia 24 estava a recuperar 3%.