Sistema financeiro

Banca propõe aumentos "indecorosos" de 2%, segundo os sindicatos, que pediram 6%

Sindicatos afetos à UGT reivindicam aumentos de 6% para 2024, mas bancos subscritores do Acordo Coletivo de Trabalho avançam apenas com atualizações de 2%, muito aquém das pretensões dos sindicatos

ANTÓNIO PEDRO SANTOS

Os bancos subscritores do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) do sector bancário, como são os casos do Santander, do BPI e do Novo Banco, estão a propor um aumento salarial de 2% para 2024, avançaram o Mais Sindicato, o SBC e o SBN, afetos à UGT, num comunicado divulgado esta terça-feira.

Estes três sindicatos “repudiam a resposta dos bancos, que tiveram lucros fabulosos e distribuem migalhas aos trabalhadores”, lê-se no texto divulgado. Dizendo que “a banca propõe indecorosos 2% de aumento para 2024”, os sindicatos questionam: “Já não há vergonha?”.

Os sindicatos consideram ter tido “bom-senso” na proposta que fizeram aos bancos, explicando que esta reflete não só “a inflação de 2023, a recuperação parcial da perda do poder de compra e, fundamentalmente, os ganhos de produtividade”, o que os levou ao número reivindicado de “6% de aumento”.

As instituições de crédito subscritoras do ACT, dizem os três sindicatos em comunicado conjunto, justificam o aumento de 2% argumentando, segundo a mesma fonte, que "2024 vai ser um mau ano".

“Mau só se for para os trabalhadores, porque para os bancos nunca é, como provam os lucros sempre a crescer”, comentam as estruturas sindicais afetas à UGT.

Os sindicatos dizem ainda que as atualizações salariais para 2024 “têm de refletir os resultados das instituições de crédito em 2023”. Deixando a nota de repúdio, as três estruturas esperam que os bancos “revejam a sua proposta já na próxima reunião de negociações”.

E afirmam que “os sindicatos não cruzarão os braços na defesa dos bancários”.

Recorde-se que também o Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários (SNQTB) pediu um aumento de 5,8% de aumento no final de novembro.