A agência de notação financeira Moody's reviu em alta a classificação de seis bancos portugueses e manteve a de outro, segundo uma nota divulgada esta quarta-feira na sua página.
Os bancos cujo rating subiu foram a Caixa Geral de Depósitos (CGD), BCP, Santander Totta, Novo Banco, BPI e Banco Montepio. Já a Caixa Central de Crédito Agrícola Mútuo viu a sua classificação inalterada.
Para a revisão a agência considerou "o progresso contínuo no desempenho e nos fundamentos financeiros de vários bancos, em particular a melhoria das métricas de risco dos ativos, níveis de capital mais elevados e uma forte rentabilidade impulsionada por taxas de juro mais elevadas”.
No caso da CGD, a agência elevou a classificação dos depósitos de longo prazo da CGD para A3 de Baa1 e dos ratings de dívida sénior sem garantia para Baa1 de Baa2, refletindo também o aumento da avaliação de referência de crédito do banco. Por sua vez, para o aumento desta avaliação a Moody's “considerou os rácios de capital mais elevados do banco e a melhoria da sua rentabilidade recorrente”.
O BCP apresenta um caso semelhante, com os depósitos de longo prazo a subir para A3 de Baa2 e os ratings da sua dívida sénior sem garantia para Baa2 de Baa3. O aumento da avaliação de referência de crédito do banco, Ba1, “reflete a melhoria dos indicadores de risco dos ativos do banco, as suas métricas de capital melhoradas, mas ainda modestas, e a melhoria da sua rentabilidade final”.
Já o Santander viu a avaliação de referência do crédito ficar no nível Baa2, mas ainda assim registou uma subida da classificação nos depósitos de longo prazo de A3 para A2, em parte graças a “uma elevada probabilidade de apoio parental do Banco Santander”. Apesar da avaliação do crédito permanecer igual, a Moody's reconhece que houve uma “redução considerável do risco do balanço” e “elevados níveis de capital e sólida rentabilidade recorrente”.
O Novo Banco saiu do nível de ‘lixo’ (passagem de Ba para Baa) nos depósitos de longo prazo, cuja classificação subiu de Ba1 para Baa2. Já o rating da dívida sénior subiu de Ba3 para Ba1. A avaliação de referência do crédito também subiu, para Ba1, o que “reflete melhorias contínuas na qualidade de crédito do banco resultantes do aumento do risco de ativos e dos níveis de capital e da melhoria significativa na rentabilidade recorrente”.
À semelhança do Novo Banco, também o Montepio saiu do nível ‘lixo’ no caso dos depósitos de longo prazo, cuja nota subiu de Ba2 para Baa3. Já o rating da dívida sénior subiu de Ba2 para B1. Também a avaliação de referência do crédito subiu, para Ba2, refletindo “o perfil de crédito fortalecido do banco decorrente da contínua redução de risco do seu balanço”.
No caso do BPI, houve um aumento da nota dos depósitos de longo prazo de A3 para A2, mas a classificação do seu programa sénior sem garantia e a avaliação de referência permaneceram inalteradas. Para a não alteração da avaliação de referência, a Moody's teve em conta os “riscos decorrentes das exposições angolanas do BPI”.
Por fim, em relação ao Crédito Agrícola, cujas notas foram reiteradas, a agência indica que houve uma “melhoria, embora ainda fraca, dos indicadores de qualidade dos ativos” do grupo.
Na passada sexta-feira a Moody's já tinha elevado em dois níveis a nota da dívida soberana de Portugal.
Esta quarta-feira o governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, já reagiu à subida das notas de seis bancos. Na conferência de imprensa, no Museu do Dinheiro, em Lisboa, para apresentação do mais recente relatório de estabilidade financeira, Mário Centeno valorizou as decisões da Moody's.
"Seis bancos portugueses viram o rating melhorado, dois deles já na categoria A, e dois bancos passaram a ter a categoria de grau de investimento. São excelentes notícias para o sistema financeiro português, para a estabilidade financeira”, comentou o governador.