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Sistema financeiro

Itália foi ao mercado vender parte de um histórico banco e a procura foi tal que se desfez de mais

Cofres italianos arrecadaram 920 milhões de euros pela venda de 25% do Monte dei Paschi, o banco mais velho do mundo e há mais de uma década um problema no sector financeiro do sul da Europa. Em Portugal, a alienação do Novo Banco pode sofrer com a crise política

O Matusalém da banca mundial foi salvo esta semana de uma resolução ao estilo
Reuters

Numa altura em que têm sido escassas as idas para a bolsa, e que em Portugal a venda do Novo Banco se atrasa, o Governo italiano conseguiu ser bem-sucedido na alienação de um bloco de 25% do Banca Monte dei Paschi di Siena, o banco mais velho do mundo.

Entraram nos cofres estatais italianos 920 milhões de euros pela venda de 25% do capital do banco sediado em Siena, segundo informou o Ministério italiano da Economia e Finanças.

A venda foi feita num processo acelerado de colocação que foi “reservado a investidores institucionais italianos e estrangeiros”, o que quer dizer que deixou de fora pequenos acionistas, ou acionistas não qualificados: são apenas institucionais, como bancos, seguradoras, fundos de investimento ou de pensões.

Houve uma procura elevada, “que foi mais de cinco vezes acima do montante inicial”, pelo que o Governo conseguiu vender 25% do capital, em vez dos 20% que estavam inicialmente previstos. Corresponde a um preço de 2,92 euros por ação, o que representa um desconto de 4,9% face ao fecho das ações na segunda-feira, sendo que a Reuters adianta que o Governo estava disponível para um desconto de até 6%.