Sistema financeiro

Lucro do Santander nos primeiros nove meses do ano sobe 11%

O grupo Santander melhorou os resultados até setembro graças ao aumento do número de clientes e à subida das taxas de juro. No mercado português a margem financeira quase duplicou

Peter Clayton (https://www.geograph.org.uk/profile/32313)

O lucro do grupo Santander aumentou 11% nos primeiros nove meses do ano para os 8143 milhões de euros, um crescimento que se deveu principalmente ao forte crescimento das receitas em mercados como o europeu e o mexicano graças à subida das taxas de juro, anunciou o banco esta quarta-feira, 25 de outubro, em comunicado.

A receita aumentou 12% face ao período homólogo para os 43.095 milhões de euros, com o banco a aumentar o número de clientes globais em 9 milhões para os 166 milhões ao mesmo tempo que beneficiou do aumento das taxas de juro.

A margem financeira - a diferença entre os juros pagos nos depósitos e os juros recebidos nos créditos - cresceu 13% para os 32.139 milhões de euros, refletindo o “aperto” na política monetária pelos bancos centrais. Com destaque para o desempenho do mercado europeu, onde a margem cresceu 32%.

Nos primeiros nove meses do ano, as provisões de malparado aumentaram 21% para os 1989 milhões de euros, “refletindo uma subida já esperada na sequência de taxas de juro mais altas, da inflação, da normalização nos EUA, tal como provisões adicionais para cobrir o portefólio de créditos em francos suíços na Polónia", elenca o banco em comunicado.

O rácio de capital CET1 do banco era de 12,3% ao final de setembro.

Diferença entre juros pagos e recebidos quase duplica em Portugal

Relativamente ao negócio português, o Santander registou uma subida dos lucros de 68% para os 604 milhões de euros nos primeiros seis meses do ano, face a 360 milhões de euros no período homólogo. Contudo este resultado poderá diferir do que será apresentado sexta-feira pelo Santander Portugal, devido ao impacto de operações intra-grupo.

Portugal foi o país onde a margem financeira mais cresceu nos primeiros nove meses do ano, com uma subida de 97% para os 1014 milhões de euros. No período homólogo fora de 516 milhões de euros. A receita com comissões, por sua vez, recuou 3,7% para os 352 milhões de euros devido às restrições impostas pelo Governo na cobrança de comissões nas amortizações antecipadas.

Ao final de setembro, e na comparação com setembro de 2022, o volume bruto de créditos recuou 6,8% em Portugal para os 37.811 milhões de euros, devido a menor concessão de empréstimos a clientes empresariais e à amortização antecipada de créditos, esta última particularmente concentrada no início do ano.

No que toca a fundos de clientes no retalho (depósitos), Portugal foi igualmente o único mercado onde estes não cresceram ao final de setembro de 2023, recuando 8,3% para os 39.596 milhões de euros; tal como foi o único país sem registar aumento significativo dos depósitos a prazo.