Os resultados do grupo Bankinter ascenderam a 685 milhões de euros no final do terceiro trimestre, ou seja mais 59% do que em igual período de 2022.
Em comunicado divulgado esta quinta-feira, o banco presidido por Maria Dolores Dancausa dá nota de que para isso contribuiu fortemente “um contexto de taxas de juro mais elevadas”, responsável pelos “crescimentos em todas as rubricas da conta de resultados e em todos os rácios: rentabilidade, capital e eficiência”.
A margem financeira - diferença entre os juros cobrados nos créditos e os juros pagos nos depósitos - cresceu 54%, para os 1.638,7 milhões, e 32% na margem bruta (que engloba todas as receitas), superando os 2.000 milhões de euros. Neste âmbito as comissões líquidas registaram um impacto de mais 22%, excluindo o imposto à banca.
“A carteira de crédito e os recursos dos clientes de retalho crescem a taxas próximas dos 3% e os recursos geridos fora de balanço (fundos de investimento e pensões e gestão patrimonial/sicavs) registam um incremento de 17%”. Estes últimos representam uma alternativa aos depósitos a prazo e, como tal, apesar da subida das taxas de juro, que não se refletiram ainda na remuneração dos depósitos, tiveram um crescimento maior. Se o compararmos com os dados do final de 2022, o crescimento foi de 12%, sublinha o banco.
No que diz respeito à rentabilidade sobre capitais próprios (mede a capacidade de retorno para o acionista), o ROE, chegou aos 17,1%, o que representou um crescimento de mais 6 pontos percentuais face há um ano, representando “o nível mais alto da última década”.
Também no que toca ao rácio de morosidade (incumprimento), “situa-se num valor ótimo de 2,2%, 9 pontos-base acima do valor de há um ano, mas bastante abaixo da média do setor, que, segundo o Banco de Espanha, se situava nos 3,5% até julho”.
Ainda assim, “o Bankinter regista um crescimento da cobertura de morosidade para 66,2% no final de setembro”, lê-se no comunicado.
Negócio em Portugal cresce em todas as rubricas
Em comunicado, o Bankinter refere uma “assinalável” evolução do negócio em todas as rubricas na conta de resultados na sucursal em Portugal.
“A carteira de crédito no Bankinter Portugal ascende aos 8.700 milhões de euros, com um crescimento anual de 13% e com um rácio de morosidade para esta carteira de apenas 1,3%”. Deste montante, 6.100 milhões de euros correspondem a crédito na banca comercial e o restante a crédito na banca de empresas.
No que toca aos recursos, o crescimento foi de 16%, para os 7.300 milhões de euros, face a igual período de 2022. Já os recursos fora do balanço cresceram 3,9%, para 3.900 milhões de euros. Uma evolução diferente da do mercado em Espanha, onde o crescimento foi maior na alocação em produtos fora do balanço.
Verificaram-se fortes crescimentos em todas as rubricas, nomeadamente “mais 109% na margem de juros, mais 73% na margem bruta e mais 140% na margem antes de provisões”. Este facto determinou um resultado antes de impostos acima do valor de há um ano: ascendeu no final de setembro de 2023 a 136 milhões de euros, ou seja mais 154%.
Crescimento na Irlanda positivo e evolução no digital Evo Banco também
A evolução do negócio na Irlanda, onde o banco opera através da marca Avant Money, é “igualmente positiva”.
A carteira de crédito atinge os 2.700 milhões de euros, mais 29% relativamente ao mesmo período de 2022. Desta carteira, mais de metade do montante, 1.900 milhões de euros, correspondem a hipotecas, “que crescem a 33% no ano”, e o restante financiamento é alocado para o consumo, o qual cresceu 20% no período em análise.
A filial do Bankinter especializada no negócio do consumo - o Bankinter Consumer Finance -, que consolida a atividade na Irlanda, mantém a dinâmica dos trimestres anteriores.
“A carteira de crédito desta filial ascende a 6.400 milhões de euros, dos quais 1.900 milhões de euros correspondem às hipotecas da Irlanda referidas anteriormente, e o restante corresponde a empréstimos pessoais, 3.100 milhões de euros, que registam um crescimento de 27%, e ainda a cartões nas suas diversas modalidades”, avança o banco em comunicado.
Também a marca digital do grupo, Evo Banco, tem uma evolução “positiva”, destacando “a boa adesão aos novos e competitivos produtos de ativo e de passivo lançados nos últimos meses”.
A carteira de crédito ascende a 3.265 milhões de euros, a 30 de setembro, mais 30% do que há um ano, “com um ínfimo rácio de mora de 0,5%”. Quanto à nova produção hipotecária dos últimos nove meses, “ascende a 699 milhões de euros, valor 4% inferior ao dos primeiros três trimestres de 2022”, ainda que as circunstâncias do mercado sejam hoje "substancialmente mais complexas do que as de há um ano".