Exclusivo

Sistema financeiro

Taxas de juro em agosto: bancos centrais decidiram mais descidas do que em julho

O abrandamento nas decisões de aperto monetário pelo mundo fora prosseguiu em agosto, depois do pico em março deste ano. Em 39 reuniões de bancos centrais, apenas 12 decidiram aumentar os juros e oito, entre eles o Brasil e a China, optaram por cortar as taxas

A presidente do BCE, o governador do Banco do Japão e o presidente da Fed.
Natalie Behring

O mês de agosto somou 12 decisões de subida de juros pelos bancos centrais a nível global, um número inferior ao do mês anterior. Em compensação, as opções por cortes dos juros aumentaram de cinco em julho para oito em agosto, entre elas, em destaque, as tomadas pelo Banco Popular da China e o Banco Central do Brasil.

A par destas decisões, o mês de agosto ficou marcado pelo simpósio económico de Jackson Hole, organizado nos Estados Unidos por um dos bancos regionais da Reserva Federal norte-americana (Fed), onde intervieram os presidentes da Fed e do Banco Central Europeu e o governador do Banco do Japão.

Apesar das enormes expetativas, o encontro não trouxe nada de novo em matéria de política monetária, mantendo-se a incerteza sobre se a Fed e o Banco Central Europeu (BCE) vão optar por uma pausa ou por um novo aumento dos juros.

Desde março, aquando do pico de decisões de aperto monetário, o número de aumentos de juros tem descido. Agosto ficou marcado pelas subidas significativas dos juros na Argentina - um recorde anual de 21 pontos percentuais (2200 pontos-base) no dia 14, numa reunião de emergência - , no Zimbabué - que regista os juros mais altos do mundo, com 150% - e na Turquia e na Rússia, que voltaram recentemente a um ciclo de aperto monetário, invertendo a política anterior de alívio nos juros.