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Sistema financeiro

Jackson Hole: o mundo está a mudar, a inflação talvez esteja para durar, as taxas de juro ainda poderão aumentar

O balanço de três dias do simpósio de Jackson Hole, nos EUA, resume-se numa palavra: incerteza. Tanto do lado do BCE como da Fed, a mensagem foi de que o combate à inflação pode não estar ganho, que fatores como o clima e a desglobalização podem fazer a subida de preços perdurar, e que podem ser necessárias mais subidas na taxa diretora. Mas tudo depende do que os próximos dados económicos revelarem, vincaram

A presidente do BCE, o governador do Banco do Japão e o presidente da Fed.
Natalie Behring

Nos últimos três dias, banqueiros centrais de todo o mundo juntaram-se em Jackson Hole, estância turística norte-americana, a convite da Reserva Federal do estado do Kansas para debater as aflições das economias globais. Neste simpósio anual, os temas fortes dos últimos anos - inflação, desglobalização, comércio internacional - não perderam força.

Jackson Hole - a “Sintra do Oeste”, como lhe chamou a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, numa alusão ao encontro anual promovido pelo banco do euro na vila histórica – foi o sítio onde responsáveis de dois dos maiores bancos centrais do Ocidente, a Fed e o BCE, reforçaram a ideia de que o combate à inflação ainda não terminou apesar da velocíssima subida das taxas de juro no último ano e meio.