Sistema financeiro

Lucro do BPI cresce 26% no primeiro semestre, com resultado em Portugal a mais do que duplicar

Margem dos juros dispara 85% em Portugal e dá maior impulso às contas do Banco BPI entre janeiro e junho deste ano. Angola deu menos à casa-mãe

O CEO do BPI, João Pedro Oliveira e Costa
José Fernandes

É mais um banco a registar um crescimento dos lucros nos primeiros seis meses do ano: o lucro do Banco BPI ascendeu a 256 milhões de euros entre janeiro e junho, um aumento de 26% em termos homólogos.

A operação em Portugal deu o maior contributo, com 199 milhões de euros, que representa uma mais do que duplicação face ao semestre homólogo. “As participações no BFA e BCI tiveram um contributo de 41 milhões de euros e 17 milhões de euros para o resultado consolidado, respetivamente”, indica o comunicado da apresentação de resultados divulgado esta sexta-feira, 28 de julho.

Em Angola, a quebra foi de 60%, e a desvalorização do kwanza foi a razão, segundo o presidente do BPI. Já em Moçambique a descida do contributo foi mais ligeira, de 2%. Por isso, foi em Portugal que se deu o grande contributo.

Margem sobe, comissões também

Mais uma vez, os juros em Portugal dão o principal impulso: “a margem financeira cresceu 85% para 435 milhões de euros, refletindo a subida das taxas de juro de mercado e o crescimento do volume de crédito, sendo por outro lado penalizada pela subida do custo dos depósitos e das emissões de dívida”, sublinhou o presidente executivo do BPI, João Oliveira e Costa.

Como há mais crédito, também o banco conseguiu aumentar as comissões, que cresceram 2% para os 147 milhões de euros. O produto bancário cresceu, assim, 52% para os 566 milhões de euros. “O BPI mantém uma posição financeira sólida, assente num forte dinamismo comercial”, defendeu-se.

No campo dos custos, houve um agravamento de 13%, com subidas de 7% nos custos com pessoal e de 24%, nas despesas gerais. O banco, que emprega 4378 trabalhadores e tem 318 agências, justifica com o investimento em projetos tecnológicos. As imparidades e provisões foram agravadas em 32% para 38,5 milhões de euros.

Mais crédito

O BPI dá conta de um crescimento de 4% da carteira de crédito total, situando-se nos 29,8 mil milhões de euros, com expansões no crédito à habitação, a empresas e ao setor público (o recuo é apenas no crédito ao consumo).

Os recursos aplicados pelos clientes cederam 4% para 37,5 mil milhões de euros, sobretudo devido à evolução dos depósitos.

Notícia atualizada às 12h22 com mais informações