Sistema financeiro

Lucro do Bankinter ascende a 418 milhões de euros até junho e contributo de Portugal aumenta

O lucro consolidado do Bankinter cresceu 54% até junho, ultrapassando os 400 milhões de euros. E o contributo de Portugal aumentou, com o resultado antes de impostos a subir 184%, para 85 milhões de euros. Pedidos de renegociação de crédito à habitação em Portugal têm pouca expressão

María Dolores Dancausa, presidente executiva do Bankinter
JAVIER VAZQUEZ

O banco espanhol Bankinter, que em Portugal conta com uma sucursal, alcançou um lucro de 418 milhões de euros no primeiro semestre, mais 54% do que no mesmo período do ano passado. Na operação portuguesa o resultado antes de impostos ascendeu a 85 milhões de euros, com um crescimento homólogo de 184%.

Na primeira metade do ano o Bankinter registou um crescimento expressivo na margem financeira.

Segundo comunicado divulgado esta quinta-feira, o banco liderado por Maria Dolores Dancausa, obteve uma subida de 60% da receita dos juros e de 33% na margem bruta, quer por via da evolução ascendente dos juros, quer por uma maior “dinâmica na captação de negócio e de clientes”. As comissões líquidas mantiveram-se aos nível do período homólogo, somando 303 milhões de euros no primeiro semestre.

O Bankinter regista um crescimento de 3% na carteira de crédito a clientes e os recursos de clientes também evoluíram positivamente, “especialmente nos geridos fora do balanço, que crescem 12%”, refere o banco espanhol.

Também a rentabilidade dos capitais próprios, na sigla inglesa ROE (que mede a capacidade de retorno para o acionista) cresceu para 15,5%, sublinhando o banco que este foi “o nível mais alto dos últimos anos”. Em igual período de 2022 havia sido de 10,1%.

Portugal reforça contributo

O Bankinter Portugal continua a registar um importante crescimento na sua atividade com clientes, obtendo um resultado antes de impostos de 85 milhões de euros no primeiro semestre de 2023 (até março o resultado tinha sido de 43 milhões).

O resultado da operação portuguesa representa um crescimento de 184% face ao primeiro semestre de 2022, reforçando o peso de Portugal nos ganhos do grupo Bankinter.

No comunicado desta quinta-feira o Bankinter nota que a operação em Portugal “continua a mostrar-se como um negócio muito rentável, com todos os seus indicadores de atividade com clientes, rubricas da conta de resultados e resultados em constante crescimento”.

Crédito sobe 14% e recursos 6% e margem dispara 116%

No que diz respeito à carteira de crédito, a sucursal portuguesa do Bankinter registou um crescimento de 14% para 8500 milhões de euros, dos quais 5900 milhões no negócio de particulares da banca comercial e 2600 milhões dizem respeito à banca de empresas, sublinha o comunicado.

Quanto ao número de pedidos de reestruturação no crédito à habitação, Jacobo Díaz, diretor financeiro do Bankinter, afirmou na conferência de apresentação dos resultados que “os pedidos não são relevantes dada a tipologia dos clientes em Portugal”, para concluir que o universo de clientes a pedir renegociação de crédito “é baixo”.

Já no que diz respeito aos recursos de clientes no primeiro semestre ascenderam a 6900 milhões de euros, ou seja mais 6% do que no mesmo período do ano passado.

Segundo o comunicado do banco espanhol, “todas as rubricas da conta de resultados registam um importante crescimento: a margem de juros semestral situa-se nos 118 milhões de euros, o que representa mais 116% do que no mesmo período de 2022”.

Bankinter Consumer consolida posição

O Bankinter refere ainda que a atividade do Bankinter Consumer Finance, a filial do banco dedicada ao negócio do consumo, consolidou a sua posição nesta atividade.

O comunicado dos resultados sublinha que “a carteira de crédito alcança pela primeira vez os 6000 milhões de euros, mais 39% relativamente a junho de 2022”. E que deste valor total “4300 milhões de euros correspondem a produtos de consumo, empréstimos pessoais e cartões, e o restante, 1700 milhões de euros, correspondem a hipotecas na Irlanda, comercializadas nesse país através da marca Avant Money, um valor que é 92% superior ao de há um ano”.

Quanto à parceria do Bankinter Consumer Finance com a Sonae, Jacob Diaz afirma que o banco está a trabalhar de momento na parceria e que não “há nenhum tipo de morosidade”.


Notícia atualizada às 11h20, acrescentando informação sobre pedidos de reestruturação de crédito à habitação e parceria entre o Bankinter e a Sonae