O Crédito Agrícola, liderado por Licínio Pina, informou esta quarta-feira o mercado de que a Caixa Central de Crédito Agrícola Mútuo colocou “uma emissão de dívida no mercado internacional sob a forma de títulos representativos de dívida sénior preferencial ligados à sustentabilidade social”.
Foram colocados no mercado 200 milhões de euros. Os títulos foram subscritos sobretudo por investidores institucionais provenientes da Península Ibérica, e ainda por investidores dos restantes de países da União Europeia e do Reino Unido.
A emissão terá um prazo de quatro anos e tem uma “opção de reembolso antecipado no final do terceiro ano e um preço de emissão de 99,681%, com uma taxa de cupão anual de 8,375% nos primeiros três anos”, informou o Crédito Agrícola.
No quarto ano as obrigações serão remuneradas “à taxa Euribor a três meses, acrescida de uma margem de 4,974%”, refere o grupo em comunicado.
Esta emissão é classificada pela Moody’s Investor Services com um rating de “Ba1”, um nível abaixo de lixo. “A sua liquidação ocorrerá no dia 4 de julho de 2023”, diz o comunicado.
“Após o roadshow realizado entre os dias 23 e 26 de junho, a colocação da emissão ocorreu com sucesso”, diz o grupo, revelando que a operação contou com o interesse de “mais de 40 investidores institucionais, dos quais 52% gestoras de fundos de investimento e 30% instituições bancárias”.
Já em ternos de distribuição geográfica, “55% do investimento foi proveniente da Ibéria, e 41% dos restantes países da UE e do Reino Unido”.
É ainda referido que a emissão serve para cumprir o requisito vinculativo de capital exigido a partir de 1 de janeiro de 2024. “Tendo por base as contas revistas de 31 de março de 2023, esta emissão de dívida social sénior preferencial permitiria ao grupo Crédito Agrícola cumprir o requisito vinculativo de MREL TREA + CBR de 25,28% que vigorará a partir de 1 de Janeiro de 2024”.
O Crédit Agricole CIB, Citigroup, Santander Corporate and Investment Bank e o UBS Investment Bank atuaram como coordenadores desta emissão de dívida, tendo a Linklaters feito a assessoria jurídica.
Para o grupo liderado por Licínio Pina a colocação deste montante de dívida “ espelha o reconhecimento, por parte do mercado, da rentabilidade, solidez, liquidez e resiliência do grupo Crédito Agrícola”, assim como “do seu compromisso no apoio e financiamento sustentável da economia portuguesa e na promoção do desenvolvimento socioeconómico das comunidades locais”.