As famílias continuaram a emprestar dinheiro ao Estado em abril através dos Certificados de Aforro, e foram em grande medida responsáveis pelo crescimento de 1,8 mil milhões de euros do endividamento do setor público nesse mês.
Em abril, o endividamento do Estado (que abrange a administração pública e empresas públicas) aumentou para os 362,8 mil milhões de euros. O crédito de particulares ao Estado aumentou 1,3 mil milhões de euros, impulsionado pela procura dos portugueses por Certificados de Aforro nos primeiros meses do ano, detalha o Banco de Portugal em dados divulgados esta quinta-feira, 22 de junho.
O crescimento do endividamento junto das administrações públicas, na ordem dos mil milhões de euros; e do setor financeiro, de 500 milhões de euros, também ajudaram à subida do nível de endividamento do Estado. Registou-se, em contraciclo, uma queda do endividamento externo do setor público na ordem dos 1,1 mil milhões de euros.
Do lado dos privados (que engloba particulares e empresas privadas), o endividamento foi de 441,2 mil milhões de euros em abril, um crescimento de 100 milhões de euros face ao mês anterior.
As empresas privadas viram o endividamento crescer em 200 milhões de euros, pelo aumento do crédito junto de fontes internacionais. Entre os particulares, o endividamento caiu 100 milhões de euros, com as famílias a reduzirem o crédito junto do setor financeiro.
Endividamento da economia chega a 804 mil milhões de euros
No total, o endividamento do setor não financeiro - que compreende o Estado, as empresas, e as famílias - cresceu 1,9 mil milhões de euros em abril, face ao mês anterior, para os 804 mil milhões de euros.
Em abril, o endividamento das empresas privadas cresceu 0,8% comparativamente com abril de 2022, mais 0,1 pontos percentuais do que no mês anterior.
O endividamento dos particulares aumentou 1,8% em termos homólogos, valor inferior ao verificado em março (2,3%).