Sistema financeiro

Taxa de juro dos créditos à habitação voltou a subir em maio e continua em máximos de 2009

A taxa de juro implícita no crédito à habitação voltou a aumentar em maio e mantém-se em máximos de junho de 2009, anunciou o INE

José Fernandes

O aumento acentuado das taxas de juro pelo Banco Central Europeu (BCE) continua a refletir-se no custo do crédito para comprar casa. A taxa de juro implícita nos créditos à habitação alcançou, em maio, os 3,398%. É uma subida de 28,8 pontos-base face à taxa de abril, de 3,11%. O registo de maio está em máximos de junho de 2009.

Quanto aos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), divulgados esta sexta-feira, 16 de junho, em relação apenas aos contratos celebrados nos últimos três meses, “a taxa de juro foi de 3,882%, o que traduz uma subida de 20,7 pontos-base (p.b.) face a abril, atingindo o valor mais elevado desde agosto de 2012.”

Nos contratos celebrados nos últimos três meses, “o valor médio da prestação aumentou 1 euro em maio face a abril, para os 591 euros. Face ao ano anterior, a prestação aumentou 51,2%”, segundo o INE

Para aquisição de habitação, “o mais relevante no conjunto do crédito à habitação, a taxa de juro implícita para o total dos contratos subiu para 3,383% (+28,5 p.b. face a abril). Nos contratos celebrados nos últimos 3 meses, a taxa de juro subiu 21 p.b. face ao mês anterior, fixando-se em 3,871%”.

Prestações voltam a subir

Os dados refletem igualmente um aumento de 11 euros, face a abril, da prestação média mensal de todos os contratos para os 352 euros. Em comparação com maio de 2022, a prestação subiu 92 euros, ou 35,4%.

Os portugueses já estão, em média, a pagar mais de juros do que a amortizar capital. O INE especifica que mais de metade desse montante médio (51%, 179 euros) diz respeito a pagamento de juros; ao passo que 173 euros (49%) vão para amortizar a dívida.

A diferença é muito significativa em comparação com o mês homólogo: em maio, os juros correspondiam, em média, a 16% de 260 euros, na altura o valor médio da prestação.

No que toca a capital médio em dívida, este, em maio, “para a totalidade dos contratos subiu 197 euros face ao mês anterior, fixando-se em 63.169 euros. Para os contratos celebrados nos últimos 3 meses, o montante médio em dívida foi 124.065 euros, menos 1669 euros que em abril”, especifica o INE.