O parlamento da Suíça rejeitou, na quarta-feira, a ajuda do governo de 109 mil milhões de francos suíços (110,6 mil milhões de euros ao câmbio atual) para a fusão do Credit Suisse com o UBS, mas o voto foi apenas simbólico, pois na prática nada muda.
O parlamento suíço é dividido em duas câmaras. Segundo escreve a “Reuters”, a câmara alta já havia aprovado a contribuição do governo para o resgate, mas a câmara baixa acabou por reprovar - o que já era esperado.
Embora o compromisso do governo, feito por meio da lei de emergência, não possa ser efetivamente anulado, a votação representa uma repreensão simbólica. Segundo a agência de notícias, alguns deputados suíços ficaram irritados por terem sido ignorados numa decisão tão importante para o país (e mundo).
"Esta decisão não tem impacto na aquisição do Credit Suisse decidida em 19 de março", disse o Ministério das Finanças da Suíça após a votação. "Os fundos já foram totalmente comprometidos", acrescentou.
Mas antes da votação a ministra das Finanças, Karin Keller-Sutter, apelou a um voto favorável, para os deputados considerarem que mensagem a sua rejeição ao resgate enviaria ao mundo. "Que sinal queremos dar internacionalmente, as instituições são fiáveis, valorizamos a estabilidade do mercado financeiro num local onde já temos um centro financeiro com uma certa importância?", questionou.
A união entre o UBS e o Credit Suisse deu-se em março, com o UBS a desembolsar 3 mil milhões de francos suíços (valor equivalente em euros). O Governo recorreu na altura à lei de emergência, o que não caiu bem entre os deputados, que o admitiram na câmara alta: "o uso da lei de emergência atingiu um nível nos últimos três anos que está a começar a incomodar-me", disse Hansjoerg Knecht, um dos deputados.