Os bancos em Portugal estão mais robustos em vários indicadores, segundo o retrato feito pelo Banco de Portugal para o sistema financeiro. Os lucros ascenderam, no total, a 3,16 mil milhões de euros ou seja, mais do que os 2,99 mil milhões de euros em 2021.
Em 2022, no conjunto dos bancos, a rendibilidade do capital próprio (ROE), que mede a capacidade de retorno aos acionistas, aumentou “significativamente face a 2021 situando-se nos 8,8% (+3,3 pontos percentuais)”, após anos, desde 2010, de rácios de rendibilidade abaixo deste percentual.
O ideal seria um ROE de 10%, um percentual considerado pelas autoridades e pela banca o patamar mais confortável para dar retorno do investimento aos acionistas.
No comunicado esta quinta-feira divulgado pelo Banco de Portugal sobre o sistema bancário, o conjunto dos bancos registou lucros de 3,16 mil milhões de euros.
“A evolução da rendibilidade refletiu o aumento da margem financeira”, devido ao aumento das taxas de juros. Para os resultados e a rendibilidade contribuíram também “a diminuição das provisões e imparidades”.
No quarto trimestre de 2022, “o rácio de empréstimos não produtivos bruto (NPL) diminuiu 0,2 pontos percentuais, para 3%”. Para isso contribuiu a diminuição dos empréstimos não produtivos de 12,1 mil milhões em 2021 para 9,8 mil milhões de euros.
Já o rácio de NPL líquido de imparidades situou-se em 1,3%, quando em 2021 foi de 1,7%.
O rácio de transformação, depósitos sobre crédito, muito importante para que os bancos possam, em caso de necessidade, aportar liquidez se esta for pedida, caiu para 78,2%, “em resultado do aumento dos depósitos de clientes (+1,1%), num quadro de relativa estabilização dos empréstimos a clientes (+0,1%)”, refere o supervisor liderado por Mário Centeno. Acrescentando que “o peso no ativo do financiamento obtido junto de bancos centrais diminuiu 5,1 pp, para 3,6%”.
Os rácios de solvabilidade - de fundos próprios totais e de fundos próprios principais de nível 1 (CET 1) - aumentaram de 18% para 18,1% no rácio de fundos próprios totais e, no caso do CET1, caiu de 15,5% em 2021 para 15,3% em 2022. “Em ambos os casos, a evolução refletiu a redução do montante total das exposições em risco e, em menor grau, o aumento dos fundos próprios”, acrescenta o Banco de Portugal.