A cada dois anos a OCDE - Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico publica um relatório onde projeta a evolução dos sistemas de pensões em 38 países e Portugal continua a figurar no topo das principais tabelas. O sistema de Segurança Social português é um dos poucos regimes onde um trabalhador pode contar ter uma pensão líquida equivalente ao salário, mas também está entre os regimes que exigem que se trabalhe mais tempo para conseguir evitar cortes draconianos na reforma.
De acordo com as novas simulações apresentadas no relatório “Pensions at a Glance”, divulgado esta quarta-feira, um jovem que esteja a entrar no mercado de trabalho pode vir a ter, no futuro, uma pensão líquida equivalente a 99% do seu salário – Portugal surge, aliás, como o país com as taxas de substituição mais generosas da OCDE. Contudo, para consegui-lo, terá de trabalhar até aos 68 anos de idade, mais 2,4 anos do que atualmente. Interromper os descontos para a Segurança Social por motivos de desemprego ou devido à parentalidade, desde que não excedam os cinco anos, não penaliza o valor da pensão mas há outros fatores, como a antecipação da idade de reforma, que poderão ditar perdas severas.