A primeira vez que o Governo de Luís Montenegro quis baixar o IRS acabou por fazê-lo a contragosto, vergado à força do PS e à abstenção do Chega. À segunda, contudo, com outra configuração parlamentar, tudo é bem diferente: o alívio adicional de IRS segue o modelo desenhado pelo Governo, com a redução a abranger até ao 8º e penúltimo escalão, como a AD sempre quis – e, desta vez, com o apoio direto do Chega. E segue também o ritmo que o Governo tentou imprimir ao processo, com uma aprovação acelerada para permitir que os seus efeitos sejam sentidos ainda em agosto, para, como já avançou o Expresso, tentar reanimar o consumo privado.
O que não oscila muito é a dimensão do alívio: segundo contas oficiais, são €500 milhões para distribuir por cerca de 2 milhões de agregados, o que, individualmente, acaba por ter um impacto modesto no bolso da maioria.