O caso das barragens da EDP, nas suas múltiplas dimensões - anulações de faturas de IMI e vendas à Movhera sem cobrança de IRC e Imposto do Selo - tem vindo a causar danos reputacionais à Autoridade Tributária, reconhece o presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos (STI). Embora estranhe que a diretora-geral se tenha reunido com a EDP em 2016 sem, aparentemente, deixar notas oficiais do encontro, diz não conseguir imputar-lhe as responsabilidades neste longo e tumultuoso processo. Primeiro, porque é normal que haja divergências de interpretação da lei fiscal, e depois porque, caso haja braços de ferro como o que ocorreu, teria cabido ao Governo tirar as devidas ilações - coisa que não fez.
Em conversa com o Expresso na semana em que, juntamente com mais cinco sindicatos da área da justiça, organiza uma conferência para debater as “Funções soberanas do Estado: transparência e combate à corrupção", Gonçalo Rodrigues lamenta ainda o défice de comunicação de Helena Borges. “O que faz o diretor-geral da Polícia Judiciária (PJ) quando há operações importantes? Dá logo a cara, vem à televisão dizer o que foi feito. O que faz o inspetor da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE)? Vai para o terreno, para a fronteira, mostra o trabalho”.
Leia outros títulos desta conversa aqui e aqui.