Nunca a carga fiscal foi tão alta em Portugal. Em 2022, este indicador atingiu os 36,4% do Produto Interno bruto (PIB), um recorde que compara com os 35,3% no ano anterior, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE). No ano que passou o Estado “engordou” a receita com IVA, IRC e IRS, mas também encaixou mais com os impostos sobre o tabaco e os automóveis, subidas que mais do que compensaram o que os cofres públicos perderam com os “descontos” dados nos combustíveis.
O peso dos impostos em Portugal aumentou 14,9% em termos nominais, atingindo 87,1 mil milhões de euros – a carga fiscal reflete o total dos impostos e das contribuições obrigatórias cobrados pelo Estado. “Esta evolução das receitas fiscais beneficiou do crescimento de 6,7% em volume do PIB, o mais elevado desde 1987 e, no contexto internacional de elevada inflação, da aceleração do deflator implícito do PIB, que registou a variação mais elevada desde 1995 (+4,5%)”, explica o INE.
O facto de a variação nominal da receita fiscal (14,9%) ter sido superior à do PIB (11,4%), alavancou a carga fiscal – que se define pelos impostos e contribuições sociais efetivas (excluindo-se, portanto, as contribuições sociais imputadas, isto é, as que são suportadas pelos empregadores) cobrados pelas administrações públicas nacionais e pelas instituições da União Europeia (UE).