Economia

Fornecedores da Qimonda continuam à espera de receber

Desde material fabril a fornecimentos de escritório, diversas empresas continuam sem ter perspectivas de quando receberão o que lhes é devido.

Carlos Afonso Monteiro (www.expresso.pt)

Alguns fornecedores da Qimonda queixam-se de estar à espera há mais de um ano para receber o valor correspondente aos produtos que venderam à empresa. E as perspectivas não são as melhores: desconhecem quando irão ser pagos e chegam a pedir o fecho da fábrica de Vila do Conde.

É o caso da Dionox, empresa que fornecia à Qimonda material para a linha de montagem e à qual são devidos cerca de €4600 há mais de um ano. "Não temos voto na matéria", diz Filipe Morais, proprietário da Dionox, que, contactado pelo Expresso, refere que a empresa já tem uma advogada a tratar da situação. "Vamos ter de esperar no mínimo mais um ano para receber", acrescenta. A Dionox já tinha denunciado esta situação, motivo pelo qual foi criticada pelos colaboradores da Qimonda.

Facturas remontam a 2008

É também Filipe Morais que gere os assuntos da empresa do seu pai, Papelaria Morais, que lida com material de escritório e forneceu à Qimonda, também há mais de um ano, cerca de €5700 em material, que ainda estão por pagar. A Papelaria Morais é representada pela mesma advogada que a Dionox.

Outra empresa que aceitou falar com o Expresso foi a Clan Electrostática à qual a Qimonda deve cerca de €26.000 em rolos "ekra", utilizados na maquinaria da fábrica. Uma representante da empresa, Arriete Durão, revela que quando foi feito o pedido "diziam que estavam com medo de ficar sem stock", e que quando a empresa se apercebeu da dificuldade da Qimonda em pagar lhes pediram a devolução dos rolos para que os pudessem vender a outros clientes, o qual não aconteceu.

No caso da Clan, as facturas remontam a Dezembro de 2008 e Janeiro deste ano, e também esta empresa já tem representante legal. Arriete Durão afirma que "ninguém diz nada", mas "como nas notícias surgem sempre coisas novas ficamos com esperança".

A Qimonda de Vila do Conde já anunciou que vai despedir 455 trabalhadores no âmbito de um plano de reestruturação que visa reabilitar a empresa.