O ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva, não prevê que o Estado recupere o dinheiro injetado na Efacec apenas com o preço de venda, segundo admitiu o próprio na audição na Comissão de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação, no Parlamento, esta quarta-feira.
“Muito dificilmente a totalidade desse valor [dinheiro do Estado injetado na Efacec] irá refletir-se no preço de venda”, admitiu, em resposta a Carlos Guimarães Pinto, deputado da Iniciativa Liberal. Porém, não consegue ainda quantificar a perda, como disse em resposta ao Chega, pois depende “da solução final”.
No entanto, Costa Silva indicou que, no quadro da privatização, ainda poderá ser discutida “uma percentagem do free cash flow a ser compartilhada com o Estado”, após a recuperação da empresa. O próprio já tinha referido, previamente na audição, que "algumas propostas abrem possibilidade ao Estado de recuperação do dinheiro já injetado, dependendo da atividade futura".
O que o Governo quer com a privatização, indicou o ministro, é “descobrir uma solução que minimize os encargos para o Estado”.
Carlos Guimarães Pinto questionou ainda quem são os principais credores da empresa e o ministro respondeu dizendo que é o “sistema bancário, os vários consórcios de bancos que emprestaram dinheiro a empresa”.
Há seis propostas vinculativas da privatização da Efacec: três são nacionais e três são estrangeiras. Os candidatos que entregaram as propostas vinculativas terão sido as portuguesas Visabeira (que se juntou à Sodecia), a Mota-Engil e Oxy Capital. Do lado das ofertas estrangeiras foram avançados os nomes de dois dos três interessados: Mutares e Oaktree.
O ministro disse, ainda esta quarta-feira, em resposta ao PSD, e depois ao PCP, que a maioria destas propostas “foi pela totalidade [da empresa]” e não pela sua segmentação. “Temos de preservar a empresa como um todo, preservar a marca Efacec, mesmo os interessados estrangeiros já disseram que o vão fazer”, afirmou.
Agora, continua a discussão com as seis propostas “e depois se fará a seleção final e haverá 15 dias para ajustarem propostas”, explicou. A seleção final deverá dar-se no final de março ou início de abril, adiantou ainda o governante.