Exclusivo

Emprego

E quando é o líder que entra em burnout?

O esgotamento profissional está a aumentar entre os gestores de topo. Alterações do modelo de gestão durante a pandemia e conjuntura de incerteza económica dos últimos anos aumentaram a pressão sobre os líderes. Segundo os especialistas, são cada vez mais os que equacionam se querem mesmo um lugar no topo

O topo é, por vezes, um lugar sombrio. Cargos superiores estão sinalizados como um dos grupos de risco na saúde mental
Getty Images

No ano passado, 1914 presidentes executivos (CEO) de empresas multinacionais deixaram os seus cargos e 19 morreram em funções, no escritório. Os números são da consultora norte-americana Challenger, Gray & Christmas — que desde 2002 monitoriza as transições de carreira de executivos de topo em empresas multinacionais — e mostram que “o topo” é, por vezes, um lugar sombrio. A justificar parte destes dados estará a degradação da saúde mental dos líderes e o aumento do número de casos de burnout (esgotamento profissional), que se tornou sobretudo visível no pós-pandemia. Ainda que os dados incidam sobretudo sobre a realidade norte-americana e não se conheça em Portugal paralelo para esta investigação, Tânia Graça, psicóloga e coordenadora do Laboratório Português dos Ambientes de Trabalho Saudáveis, garante que o país segue a tendência e que, também por cá, o burnout tem aumentado entre os líderes de topo. Tanto mais que, vinca, “este é precisamente um dos grupos de risco quando analisamos a saúde mental nas organizações”.