Foi uma semana intensa em Lisboa, a de 31 de julho a 6 de agosto em que a capital portuguesa recebeu as Jornadas Mundiais de Juventude e a visita do Papa Francisco - mas para os hotéis da cidade a operação acabou por ficar “aquém das expectativas”, de acordo com um balanço da associação da Hotelaria de Portugal (AHP), apresentado esta quarta-feira.
Uma nota positiva para os hoteleiros foi que o preço médio por quarto vendido atingiu na cidade 221 euros na semana das Jornadas Mundiais de Juventude. No mês de agosto completo, o preço por quarto foi de 196 euros na capital, registando assim uma subida de 12% face ao mesmo período do ano passado.
Mas as taxas de ocupação nos hotéis em Lisboa cifraram-se em 77% na semana da vinda do Papa, quando as expectativas iniciais dos hoteleiros apontavam para valores da ordem dos 91%. Em todo o mês de agosto, os hotéis da cidade tiveram ocupações de 80%, menos três pontos percentuais que no período homólogo de 2022.
“Registou-se, de facto, um desvio entre as perspetivas mais elevadas que havia na cidade e o que a realidade demonstrou”, constatou Cristina Siza Vieira, vice-presidente executiva da AHP, na apresentação dos resultados do inquérito aos associados de balanço das JMJ, que mobilizou 152 empreendimentos representando 38% do total de oferta hoteleira na cidade.
Booking foi o canal de reservas mais utilizado
“Não houve tantos peregrinos que se hospedaram em hotéis”, mas ainda assim 67% dos hoteleiros da cidade reportaram ter recebido participantes associados às Jornadas de Juventude, segundo apontou Cristina Siza Vieira.
Na semana do encontro mundial de jovens católicos, o canal de reserva de hotéis em Lisboa mais utilizado foi a Booking, para 71% dos inquiridos, constatando-se que esta plataforma “tem claramente uma posição dominante na hotelaria, quer no mercado europeu, quer no mercado português”, enfatizou a responsável da AHP.
Os hóspedes dos Estados Unidos foram o primeiro mercado dos hotéis de Lisboa na semana das jornadas de Juventude, destacando-se também a proeminência de origens como França, Espanha ou Brasil, além de Portugal.
Já em toda a área metropolitana de Lisboa, Espanha foi o principal mercado dos hotéis na semana da JMJ, onde a estada média foi de três a cinco noites, enquanto na cidade se ficou por uma a cinco noites. “Lisboa continua a ser uma cidade de ‘short breaks’ (escapadas de curta duração), e todos gostaríamos de ver aumentado o tempo de estada”, refere a vice-presidente da associação hoteleira,
No geral, os hotéis consideraram que o evento foi positivo para a cidade e para o país, apesar dos constrangimentos de trânsito que causou, e em 56% dos casos a operação foi “classificada como ”melhor" face a agosto do ano passado, apesar da descida nas taxas de ocupação, mas justificado por Cristina Siza Vieira pelo “crescimento do preço, que foi muito robusto”.