A vice-presidente executiva da Comissão Europeia elogiou esta sexta-feira a “decisão ponderada” de Portugal de implementar “medidas legítimas” para proteger alguns equipamentos de rede 5G de “ameaças” à segurança.
“Louvo o Conselho de Cibersegurança de Portugal pela sua decisão ponderada de implementar o conjunto de ferramentas de segurança 5G da União Europeia”, afirmou Margrethe Vestager, também responsável pela pasta de “Uma Europa preparada para a era digital” e pela tutela da Concorrência a nível europeu.
“As ameaças não têm lugar e não vão dissuadir a Europa de tomar medidas legítimas para proteger as suas infraestruturas críticas”, acrescentou Margrethe Vestager numa publicação feita no Twitter na noite desta sexta-feira.
A reação da vice-presidente executiva da Comissão Europeia foi acompanhada da partilha de uma notícia do “Jornal de Negócios” sobre a possibilidade de Pequim retaliar caso Portugal avance com as restrições à Huawei na rede de quinta geração.
Em causa está a deliberação divulgada na semana passada pela Comissão de Avaliação de Segurança sobre o “alto risco” para a segurança das redes e de serviços 5G do uso de equipamentos de fornecedores que, entre outros critérios, sejam de fora da UE, NATO ou OCDE e que “o ordenamento jurídico do país em que está domiciliado” ou ligado “permita que o Governo exerça controlo, interferência ou pressão sobre as suas atividades a operar em países terceiros”.
A deliberação não refere nomes de empresas ou de países, mas o certo é que o caso da Huawei surge na memória, nomeadamente porque a tecnológica chinesa foi banida das redes 5G em outros países, entre os quais o Reino Unido e a Suécia. A Europa é o maior mercado da Huawei fora da China.