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Agricultura

Crise no Douro: "Não quero subsídios, quero é vender as minhas uvas a um preço justo", pede viticultor

A tensão no Douro sobe com a aproximação das vindimas. Há 20 mil pipas de benefício a separar produção e comércio e “o povo está com os nervos em franja, a sair à rua com um sentimento de revolta crescente”, diz o presidente da Adega da Régua, já com duas vindimas em stock e em débito aos viticultores

PEDRO SARMENTO COSTA/ LUSA

Pelas 5h desta quarta-feira, em vez de ir trabalhar para a vinha da família, Pedro Correia partiu do Douro rumo a Lisboa num autocarro cheio de viticultores unidos na luta contra a crise que afeta a mais antiga Região Demarcada do Mundo. Tem 9 hectares de vinha. Tem uma carta da empresa que costuma comprar a sua produção a informar que este ano só querem as uvas com benefício (quantidade de mosto que cada viticultor pode destinar ao Vinho do Porto). Aguarda a vindima com angústia, mas também com uma certeza: “Não quero subsídios. Quero é vender as minhas uvas a um preço justo”, diz ao Expresso.