“O azeite é uma questão que a ASAE está a acompanhar e a priorizar como relevante”, afirmou Luís Lourenço, inspetor-geral da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) esta quarta-feira, numa audição da Comissão de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação da Assembleia da República sobre “preços dos bens alimentares”.
Esta ação, justifica, reflete “a preocupação com um produto nacional de qualidade reconhecida”.
Questionado pelo deputado do PCP Bruno Dias sobre a questão das margens de comercialização e até “práticas especulativas” no que respeita ao azeite, que viu “o preço duplicar num ano”, com casos em que passou “dos 6 para os 12 euros" quando “os produtores não tiveram nem de longe nem de perto nada que se aproximasse (dessa duplicação)", Luis Lourenço reiterou que o foco aqui está na qualidade ”porque é o que nos preocupa".
Na audição, requerida pelo PSD, o inspetor-geral da ASAE recordou que já foram elaborados 20 processos-crime “nesta temática”.
Sobre a questão concreta dos lucros e margens de comercialização, Luís Lourenço sublinhou que "é bastante complexa e não há forma de ser transposta para um quadro de Excel”.
“Toda a cadeia (do prado ao prato) tem um valor complexo de ser definido”, notou o responsável da ASAE, referindo que o legislador fala “da intenção de obter lucro ilegítimo”, mas esse “é um conceito subjetivo que cabe aos nossos inspetores desmontar como melhor sabem”.