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Agricultura

Fornecimento de cereais a Portugal vai piorar na próxima semana: alguns produtos podem faltar no supermercado e preços devem subir

A greve em curso na Silopor – onde são descarregados os navios de cereais importados – vai agravar-se. Saiba o que está em causa na cadeia de abastecimento

Xu Congjun/Getty Images

O Braço de ferro entre os trabalhadores da Silopor – que detém os portos da Trafaria e do Beato, em Lisboa, e a administração, está para durar. Cada vez há mais navios no Tejo e junto à costa à espera de vez para descarregar os cereais que vêm da Ucrânia, da Roménia, da Bulgária. Operadores do mercado temem o pior.

Afinal, o que se passa com o abastecimento de cereais a Portugal?

Portugal compra mais de 90% dos cereais que consome ao estrangeiro, em especial à Ucrânia, e sobretudo milho. Desde o início da guerra naquele país (um dos maiores produtores de cereais do mundo) que toda a cadeia de abastecimento à escala global ficou desestabilizada, até porque, durante meses, a produção de milhões de toneladas de cereais da campanha de 2021 ficou retida nos portos do sul daquele país. Portugal, sendo um dos clientes de referência da Ucrânia foi impactado por duas vias: pela escassez de milho, em particular, nos mercados internacionais e, por outro lado, pelos elevados preços que entretanto se fizeram sentir. Atualmente, os preços baixaram mas, uma greve às horas extraordinárias na Silopor – empresa pública com silos junto ao Tejo, em Lisboa e na Trafaria – está a fazer com que muitos navios não descarreguem a sua mercadoria em tempo útil, ou que fiquem mesmo durante vários dias à espera de serem descarregados.