Jovens mais conscientes da realidade financeira e dos desafios do dia-a-dia. É este um dos objetivos do Educação+, projeto de educação financeira promovido pela Universidade de Aveiro (UA) e pela Caixa Geral de Depósitos (CGD), inserido na iniciativa PmatE (Projeto Matemática Ensino).
Sérgio Cruz, um dos responsáveis pelo projeto, explica que a ideia surgiu depois de terem tido contato com as "necessidades de educação financeira que existem quer nas escolas quer noutras realidades". Além disso, cada vez mais emergem iniciativas do género noutros países. Exemplo disso é o projeto Dolceta, apoiado pela Comissão Europeia, cujo objetivo é informar os cidadãos sobre vários temas, da gestão do orçamento familiar às aplicações financeiras ou ao crédito à habitação. O sítio está disponível em 21 línguas, com textos explicativos, exercícios e exemplos.
"Começa a haver visibilidade e a preocupação com o tema é patente, mas as ações ainda são escassas. Há muita gente preocupada, mas ainda agora estão a começar a surgir as ações 'no terreno'", comenta Sérgio Cruz.
Mais competência financeira
O Educação+ é um projeto de literacia financeira que visa sobretudo os jovens dos 7 aos 17 anos. O objetivo é tornar os consumidores mais confiantes na hora de tomarem decisões. Para isso, a Exposição Educação+ vai estar presente em escolas de 21 municípios, a partir do dia 6 de Outubro. O roteiro da Exposição parte de Águeda, onde permanece durante uma semana, percorrendo posteriormente todo o país. Quem quiser participar na exposição, pode fazê-lo sem custos. Os participantes são distribuídos de acordo com a sua faixa etária e participam em 3 módulos de atividades. São jogos que servem para estimular uma exploração didática destes temas.
No âmbito do projeto Educação+, está prevista a realização da II Conferência Internacional em Educação Financeira, a 28 de Setembro, em Lisboa. Este ano, o tema é "Por uma educação+financeira" e tem como principais destinatários todos aqueles que, nas instituições e empresas exercem atividade nas áreas de formação, social, comunicação e estratégia, como quadros superiores, vereadores municipais, gestores escolares, professores, entre outros.
"Atendendo à atual situação de crise financeira e económica que a maioria dos países enfrenta, torna-se pertinente a discussão destes temas e a procura de novas respostas e soluções para os problemas do dia-a-dia", dizem os promotores do Projeto Matemática Ensino, em comunicado. A educação financeira tem sido uma preocupação central de governos e organizações internacionais, como a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) e a União Europeia.
"Só consumidores bem capacitados podem fazer escolhas informadas e com segurança, avaliando os riscos e oportunidades, procurando aconselhamento e informação objetiva, contribuindo assim para o seu bem-estar financeiro, segurança das suas famílias e para o desenvolvimento saudável da economia, baseado num consumo responsável", concluem.