A quase triplicação do volume de negócios (+208%) na América Latina e uma progressão de 50% em África são alguns dos fatores que explicam o crescimento de 89% em termos homólogos para 2588 milhões de euros da faturação global da Mota-Engil no primeiro semestre de 2023. O volume de negócios na América Latina atingiu os 1326 milhões de euros, em África 676 milhões. Já a Europa cresceu 16% para 291 milhões de euros, com Portugal a representar 70% do total.
A suportar este crescimento por área de negócio surge a Engenharia e Construção que mais que duplicou, ao crescer 104% para 2289 milhões de euros em termos homólogos. Na Europa, segundo o comunicado esta quinta-feira à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) o grupo cresceu 16% para para 291 milhões de euros. Portugal a representar 70% da faturação obtida nesta área geográfica.
Quanto ao desempenho operacional foi positivo ao nível das margens, “mantendo-se em níveis alinhados com o histórico do Grupo”, o que permitiu atingir um valor de EBITDA (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de 352 milhões de euros (+70%). Um valor que, destaca a empresa em comunicado, “permitiu superar o anterior máximo num primeiro semestre que era o de 207 milhões de euros alcançados em 2022” , , o que permitiu aumentar ainda de “forma mais expressiva o Resultado Operacional (EBIT) em +160% para os 213 milhões de euros”. O grupo destaca ainda que o resultado líquido aumentou 154% para 30 milhões de euros , o melhor resultado dos últimos sete anos num primeiro semestre.
México mantém-se como maior mercado
Por geografia, o México confirma-se como o maior mercado da Mota-Engil, a representar 32% do total. País em que a Mota-Engil desenvolve sobretudo obras ferroviárias, com a construção de dois troços do Tren Maya, uma nova linha em Guadalajara e outra em Monterrey. Na América Latina, destaca-se ainda o Peru em termos de infraestruturas de mineração, e o Brasil – onde a actividade cresceu 128% - nas infraestruturas de transporte e manutenção de plataforma petrolíferas. O crescimento em África é, segundo a empresa, muito suportado nos tradicionais mercados de Angola e Moçambique e na Nigéria. Neste país último país, a Mota Engil está a desenvolver o seu maior contrato de sempre que é a construção da A linha ferroviária Kano-Maradi- Dutse é o maior contrato de sempre obtido pelo grupo português na Nigéria, avaliado em 1,5 mil milhões de euros que e prevê a construção de uma linha com cerca de 378 quilómetros de extensão entre a cidade de Kano, no norte da Nigéria, à de Maradi, no sul do vizinho Níger.
Encomendas em carteira nos 12,6 mil milhões
A nível da carteira de encomendas, o comunicado do grupo dá conta da manutenção nos níveis recorde de 12,6 mil milhões de euros atingidos em dezembro, a que se somam os cerca de 2 mil milhões de euros de novos contratos assinados depois de junho. Não incluídos nos resultados do primeiro semestre estão os contratos de fornecimento de material circulante para Kano-Maradi(€840 milhões) na Nigéria, o contrato mina de Ouro do Boto (€495 M) no Brasil, ou a mineração de Gamsberg(€450 M) na África do Sul, entre outros.
A Mota-Engil anunciou também esta quinta-feira a revisão em alta da estimativa de crescimento para o conjunto do 2023, que inicialmente previa +20% no volume de negócios, colocando na apresentação hoje publicada sobre os resultados, uma nova previsão para atingir os 5 mil milhões de euros no final deste ano.
Em paralelo, Grupo Mota-Engil apresentou também ao mercado uma revisão das metas do Plano Estratégico 2022-2026, devido à concretização antecipada de alguns indicadores antes final do período temporal previsto. Neste âmbito, o grupo destaca a atualização do volume de negócios a atingir em 2026 no valor de 6 mil milhões de euros, a par de 955 milhões de euros de EBITDA.