Construção

Mota -Engil reforça carteira com mais €650 milhões em África

Um contrato assinado com o gigante mineiro Rio Tinto na Guiné-Conacri avaliado em 280 milhões de euros é o maior ganho pelo grupo na região de África

Bloomberg/Getty Images

Menos de três semanas após ter anunciado a obtenção de 890 milhões de euros em trabalhos na América Latina, a Mota-Engil divulgou esta segunda-feira um lote de contratos em África avaliado em 650 milhões de euros.

A participada para a região de África da Mota-Engil assinou com o gigante mineiro Rio Tinto um contrato associado ao projeto Simandou – considerado o maior e mais rico depósito de minério de ferro por explorar do mundo – situado em Nzérékoré, no sul da Guiné e a cerca de 650 km de Conacri, a capital .

O contrato está avaliado em 300 milhões de dólares (cerca de 280 milhões de euros) e inclui a movimentação de terras inicial para estabelecimento de acessos e para as futuras instalações industriais de uma mina, bem como bacias de sedimentação, vazadouros e a implementação de medidas de controlo de erosão. Ainda segundo a informação enviada esta segunda-feira pelo grupo à Comissão de Valores de Mercado Imobiliário (CMVM), os trabalhos têm o arranque previsto para setembro, com uma duração estimada de 30 meses.

Duas autoestradas na Nigéria

Um pouco mais para o interior do continente, na Nigéria, um consórcio formado liderado e AFC – Africa Finance Corporation (51%) com a Mota-Engil (49%) , assinou com o Governo dois contratos de concessão de duas autoestradas “Lagos – Badagry – Seme” e “Shagamu – Benin” (que ligam a maior cidade do país, Lagos ao centro e sudoeste do país, assim como, de Lagos à fronteira do Benim) com uma extensão de 79 km e 258 km, respetivamente.

A concessão tem a duração de 25 anos. Segundo o comunicado enviado à CMVM, o âmbito dos contratos de concessão prevê a conversão de duas atuais estradas em autoestradas, bem como o desenho, financiamento, construção/reabilitação, operação e manutenção das mesmas. O investimento inicial rondará os 260 milhões de dólares (cerca de 240 milhões de euros).

O grupo liderado por Carlos Mota Santos, anunciou ainda a adjudicação recente de outros contratos de menor dimensão em Angola, Moçambique, Ruanda e Costa do Marfim num total de cerca de 130 milhões de euros.

Em 2022, a Mota-Engil encerrou o ano com uma carteira de encomendas recorde nos seus 75 anos de existência, ao atingir 12,6 mil milhões de euros, mais dos dobro dos 6 mil milhões registados em 2020.