Porque é que Portugal não tem uma Zara, como os espanhóis, ou uma Max Mara ou uma Fendi, como os italianos? Ricardo Silva é presidente executivo da Tintex, uma empresa de Vila Nova de Cerveira fundada pelo pai, Mário Jorge Silva, e não tem dúvidas de que é uma questão de tempo até que aconteça. De passagem pelo podcast “Liga dos Inovadores”, o engenheiro químico vê o sector a ultrapassar o italiano, e a andar a par do japonês.
“Não vou dizer que somos os melhores do mundo, mas Portugal é claramente um país na dianteira do desenvolvimento dos materiais têxteis”, e, se ainda não deu o salto de um mero prestador de serviços para um líder de marcas, é porque “culturalmente somos um país de serviço, de servidão, com vontade de agradar a toda a gente, em vez de selecionar o público alvo”. Contudo, “à medida que há mais dados, digitalização e mais cultura de gestão, é mais fácil imaginar um futuro onde é possível termos marcas globais”. “Antes de terminar a minha carreira, Portugal vai ser um país cheio de marcas”. Mais “acredito que, até à minha reforma, passamos os italianos, de caras”, até porque “eles estão em decadência, nós em crescimento”.