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Economia

“Pato-bravo”, “crise cambial” e “incompetência gigantesca”: fomos ouvir economistas sobre as tarifas de Trump e nenhum deles foi meigo

Economistas alertam para riscos da agressiva política de tarifas de Donald Trump

Ferreira do Amaral, Augusto Mateus, Adriano Pimpão, Catroga, Constâncio e Mira Amaral foram alguns dos presentes
Tiago Miranda

Quis o acaso que a primeira reunião dos economistas eméritos da Ordem dos Economistas (ver caixa) acontecesse na semana em que Donald Trump lançou um terramoto sobre a economia mundial. Não poderia haver melhor assunto. O tema era “Transformações na Economia Global: o futuro a curto e médio prazo e o papel dos Economistas”, mas foi a nova política de tarifas e o seu impacto na economia mundial que marcaram grande parte das intervenções. Donald Trump “é aquilo nós, portugueses, chamaríamos um pato-bravo”, um homem da construção civil, diz Luís Mira Amaral. O ex-ministro da Indústria de Cavaco Silva, com uma longa carreira no mundo empresarial, usa a imagem popular para sintetizar o comportamento do presidente dos EUA. Augusto Mateus, ex-professor do ISEG com uma passagem pelo Governo de Guterres como ministro da Economia, deixa o aviso: “Se não houver bom senso, vamos caminhar desta crise no comércio para uma crise cambial.” O impacto no dólar e no sistema cambial que preocupa o economista: estamos perante um grau de “incerteza e conflitualidade a que não estávamos habituados” há décadas.